Quem
ainda não se rendeu a “Game of Thrones”, a série de HBO, não sabe o que
está perdendo. Eu mesmo hesitei, pensando que se tratasse apenas de
mais uma história de fantasia na cola de “O Senhor dos Anéis”, mas assim
que comecei a acompanhar o jogo de intrigas, repleto de ação, traição,
sangue, suor e lágrimas, fui irremediavelmente fisgado. A magia, aqui, é
a narrativa. A outra aparece, mas a conta-gotas
– uns dragões aqui, um deus pagão ali, uma ou outra raça de gigantes
acolá. Nada que possa atrapalhar com intervenções infantis a fantástica
trama que se desenvolve em torna da disputa pelo Trono de Ferro.
É impressionante a força da narrativa criada por George R. R. Martin,
que costura com precisão as inúmeras tramas paralelas ao mesmo tempo em
que desenvolve personagens inesquecíveis – apenas para matá-los em algum
ponto do longo caminho. Não de forma gratuita, já que está tudo
perfeitamente de acordo com as necessidades do enredo, mas com uma
convicção implacável, alheio a qualquer tipo de pressão, seja ela
comercial ou sentimental.
Na verdade valeria a pena apenas pelo
Rei Joffrey, que certamente será lembrado como um dos mais
cruéis e irritantes vilões já concebidos pela mente humana, mas tem
mais, muito mais! Temos Cersei, a "rainha má" mãe do "reisinho"; Tyrion
Lannister, o anão ardiloso com uma inteligência acima do comum;
Daenerys Targaryen, Khaleese, a mãe dos dragões, com sua beleza desconcertante; John Snow, o
bravo guerreiro do norte às voltas com as armadilhas que a vida lhe
prega; e mais uma infinidade de personagens absolutamente fascinantes,
psicologicamente desenvolvidos de forma brilhante. Todos humanos,
demasiadamente humanos, com toda a tragédia e complexidade que esta
condição traz.
Admirável!
A
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