Pois é, Lost, supostamente, acabou – e praticamente nenhum dos mistérios foi satisfatoriamente explicado. Continuamos sem saber qual o significado daquela estátua gigante, daqueles números que apareciam a todo instante, o que era aquela ilha (um purgatório ? Um universo alternativo?), que porra foi aquele templo Shao-lin que apareceu do nada e depois sumiu sem nenhuma explicação, e por aí vai. A sexta e última temporada foi, de longe, a mais fraca de todas. A série já vinha sido criticado por se arrastar infinitamente sem explicar nenhum dos “mistérios”, mas eu, particularmente, nunca deixei de gostar, sempre me surpreendia positivamente e ficava realmente impressionado por eles consegirem prender nossa atenção mesmo sem explicar praticamente nada do que estava acontecendo. Mas nesta última temporada, realmente, não tem desculpa: a preguiça mental imperou. Não fosse por aquele universo alternativo, que no fim descobrimos ser uma espécie de vida após a morte, teria sido quase que completamente ridículo – o “quase” aí fica por conta do personagem que encarnou no corpo de John Locke, a tal fumaça preta, que realmente impressiona pela crueldade e determinação. A “origem” da criatura, aliás, é patética. Parece enredo de filme de fantasia de quinta categoria aquela história dos gêmeos que são criados pra proteger uma luz misteriosa que ninguém fica sabendo, afinal, o que é. Isso significa que estes 6 anos acompanhando a série foram perdidos ? De forma alguma. Os personagens foram muito bem construídos e valeu muito a pena acompanhar as histórias da vida de Kate, Sawyer (cujo ator é meio canastrão mas acabou incorporando tão bem o personagem que a gente até esquece esse pequeno detalhe), Hugo (ótimo), Sayid Jarrah (ousadia extrema ao criar um personagem iraquiano, torturador e ex-membro da guarda republicana de Saddan Hussein, e ainda assim um dos “mocinhos”) Claire, Jack, Benjamin (uma das personalidades mais complexas já criadas pela TV), Ana Lucia (a atriz era fraca, mas o personagem era bom e putz, eu tinha o maior tesão nela. Me amarro em latinas), etc, etc, etc. Sem falar nos episódios e momentos antológicos que ficarão marcados na mente de quem assitiu de forma correta, um atrás do outro – um de meus preferidos é o que revela a suposta esquizofrenia de Hugo. E confesso que algumas lágrimas escorreram de minha face com a morte de Charlie (“Not Penny´s boat”) e com o reencontro de Penny e Desmond.
Valeu a pena, sim. Vou avisar que o final é meio decepcionante, mas continuarei recomendando a série a todos que eu conheça e que não a acompanharam.
Por fim, Flashforward, que prometia se a sucessora de Lost, foi cancelada. Uma pena – era meio irregular, mas também mandava bem. O povo deve estar cansado de tanto mistério ...
A.
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