quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PLÍNIO NEWS


O candidato à presidência do Psol, Plínio de Arruda Sampaio, afirmou, em entrevista concedida ao Jornal do SBT, nesta terça-feira (7), que é "perfeitamente possível" ser, ao mesmo tempo, católico e marxista. "Eu sou católico e sou marxista, porque o marxismo me explica as coisas da Terra, mas não explica todas as coisas que acontecem. Aliás, o marxismo tem que mudar. Tem que entender que é possível uma explicação além do que ele explica", disse o candidato.
Plínio voltou a defender o que chama de uma "reforma radical do capitalismo". Ele diz que pretende implantar, caso eleito, uma reforma agrária radical, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, reforma urbana, educação e saúde públicas. "Não estou propondo que se termine com a propriedade privada e com a livre iniciativa. Estou propondo uma reforma radical do capitalismo".
O socialista voltou a defender a limitação da propriedade de terra a 500 alqueires. Questionado se tal reforma não provocaria um derramamento de sangue, Plínio afirma que não necessariamente haveria uma luta armada. "Não necessariamente teria derramamento de sangue. Quando as forças não são parelhas, tudo se faz e se resolve na paz. Se o candidato do Psol chegar à presidência, é porque a correlação de forças mudou de uma tal maneira, que, realmente, o povo acordou para necessidade de terminar com isso", disse.

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A propaganda eleitoral gratuita do candidato à presidência pelo Psol, Plínio de Arruda Sampaio, veiculada na noite desta terça-feira (7), contou com um depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa. Ele teve seu sigilo bancário violado em 2006 quando acusou o ministro da Fazenda na época, Antonio Palocci, de frequentar uma casa em Brasília acompanhado de lobistas, o que rendeu a destituição de Palocci do cargo.
Na peça do partido, Francenildo critica a comparação que o candidato à presidência tucano, José Serra, vem fazendo do seu caso com as recentes violações de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB, inclusive da filha do candidato, Verônica Serra. "Pra mim ele está sendo oportunista. Acho errado, porque ele está usando minha honestidade", afirma o caseiro no depoimento.
Em seguida, o candidato do Psol aparece em defesa de Francenildo. "Quantos Francenildos estão hoje pelo Brasil afora com seus sigilos violados, seus direitos desrespeitados? Isso acontece quando a política vira um vale-tudo, sem ideologias, sem moralidade. O pior é que isso desvia o debate eleitoral dos grandes problemas", diz.
Francenildo, que é filiado ao Psol, pede votos ao partido e diz que este é o único que esteve sempre ao seu lado. Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (6) na Folha de S. Paulo, a cúpula tucana convidou o caseiro para participar da propaganda eleitoral de Serra, mas ele teria declinado.

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O candidato à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (Psol), não quis comentar as acusações que seu adversário, José Serra (PSDB), fez ao PT e à candidata Dilma Rousseff (PT) sobre a relação que haveria entre eles e as violações de sigilos na Receita, mas lamentou a diminuição da discussão de propostas por conta do escândalo. "Não tenho nenhuma informação sobre isso. Apenas lamento que quando a política vira um 'vale tudo' prejudica o debate político, o que interessa é a educação, a saúde", disse neste sábado (4), durante corpo a corpo no centro de Campinas, no interior de São Paulo.
Questionado se um dos motivos que levou sua saída do PT está relacionado com algum caso de corrupção que tenha conhecimento, Plínio negou que soubesse de qualquer ato ilícito e apontou a questão ideológica como motivo. O candidato, entretanto, não deixou de criticar seu antigo partido, ao dizer que a moral estava corrompida. "Eu sai do PT porque o PT se desviou ideologicamente e eu até calculava: se desviou ideologicamente, a moral vem em seguida, como veio".
Durante a caminhada pelas ruas do centro da cidade, Plínio parava para cumprimentar eleitores e pedir voto. O candidato ao governo de São Paulo, Paulo Búfalo, não pode aguardar a chegada de Plínio e pediu à militância presente que caminhasse junto com o presidenciável, fazendo campanha e "remando contra a maré".
Debate e Pesquisa - Plínio disse estar preparado e confiante para os próximos debates. Segundo o socialista é o momento que tem para discutir propostas sem máscaras. "Estou confiando muito porque o debate é a hora da verdade. É a hora que o candidato não tem nenhum marqueteiro para maquiar a cara dele. Ele tem que falar o que é e o que não é. E nessa hora nós vamos obrigá-los a dizer de fato que interesse eles defendem nesta eleição", afirmou.
Questionado se pretendia roubar a cena no debate da próxima quarta-feira (8), promovido pela TV Gazeta/Estadão , ele negou que costuma fazer isso. "Eu não tomo a cena. Eu digo o que acho o que deve ser dito. Como o que eu digo é muito diferente do que os outros dizem, então parece um jogo cênico, mas não tem nada de cênico", declarou.
Na última pesquisa Ibope, publicada neste sábado, Plínio continua não pontuando, mas acredita que fazendo campanha nas ruas e participando de todos os debates pode surpreender. "Pesquisa é um negócio que está sempre correto quando a gente está por cima, e sempre errada quando está por baixo. Eu, se fosse técnico de futebol, já estava fora, porque eu não consigo pontuar. Mas eu vou pontuar no fim", disse.
Dilma - A ausência da candidata Dilma Rousseff (PT) no debate da próxima quarta foi motivo de crítica de Plínio. Segundo o socialista, trata-se da "arrogância de quem acha que ganhou" as eleições. E criticou a petista: "o comparecimento ao debate devia ser obrigação do candidato porque o povo tem o direito de saber o que ele pensa. Não pode ficar só naquilo que é maquiado pela sua propaganda".

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Plínio foca sua campanha na internet. Com pouco tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV, o candidato do Psol aposta no espaço virtual para conquistar mais eleitores. Após o primeiro debate entre presidenciáveis transmitido pela Band, dia 5 de agosto, o socialista conquistou mais de 2 mil seguidores em seu Twitter.
Sem ser convidado para o debate transmitido na internet e promovido pela Folha-UOL, na última quarta-feira (18), o candidato movimentou o Twitter e chegou a primeira posição do treding topics (tópicos mais citados no miniblog) brasileiro e oitavo mundial. Plínio convidou os eleitores para um "twitaço" e fez comentário durante todo o debate.

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O candidato à presidência da República pelo Psol, Plínio de Arruda Sampaio, reafirmou a defesa da estatização da saúde privada no Brasil. Para ele, os serviços só vão melhorar quando forem os mesmos para toda a população. Vão melhorar "na hora que o Antônio Ermírio de Morais, o Eike Batista, o Safra, esses ricaços, tiverem de sentar em uma enfermaria com seis leitos", disse, citando grandes empresários do País.
A declaração foi dada durante entrevista à TV Brasil, que vai ao ar nesta quarta-feira. Confrontado com o fato de que isso só ocorreria se ele mandasse fechar os grandes hospitais privados do País, o candidato foi categórico: "Vira tudo estatal. Tudo".
O candidato também foi questionado sobre sua posição a respeito da legalização do aborto. "Como cristão, sou contra o aborto. Admito que na concepção você tem uma vida que é sagrada. Agora eu, eventual presidente da República, governarei para uma sociedade que não tem a mesma fé e para quem a vida não começa exatamente da maneira como os cristãos admitem. Não posso impor a minha fé a quem não tem fé".
Plínio Sampaio também defendeu uma reforma urbana baseada em desapropriações e combate à especulação imobiliária. "Ninguém pode segurar um terreno ou uma casa para esperar a valorização".
O candidato admitiu, contudo, que a ruptura ao sistema capitalista que é a base da sua proposta não será imediata. "Não existe condições objetivas e subjetivas para uma ruptura imediata. O programa do Psol é de dar soluções efetivas, não paliativas. O programa supõe que vai existir propriedade privada, livre iniciativa, apenas ela será radicalmente controlada".
Plínio Sampaio considera que seu partido apresenta uma "tentativa de reconstruir uma esperança que foi enorme e que naufragou". E faz críticas ao atual governo. "O povo brasileiro acreditou no PT, no Lula, no socialismo e que o Partido dos Trabalhadores era um partido socialista, um partido da transformação social, revolucionário. Mas chegando ao governo, o partido adota a mesma postura dos governos anteriores".
Para ele, "era necessário estar presente com esta proposta, de transformação da sociedade brasileira. Fui encarregado pela militância de base do partido para expressar esse sentimento, desejo, essa ânsia na eleição".
O candidato também falou que ele mesmo escreve suas mensagens no Twitter e comemorou o contato com os jovens e o que considera uma pressão bem sucedida para que fosse entrevistado pela Rede Globo.
"O que mais encanta nessa campanha é que a garotada foi com a minha cara. Toda a molecada está animadíssima. Eu tuito pessoalmente, respondo as perguntas deles. A razão maior pela qual a Globo me convidou... eu estava com processo no tribunal, mas ela não teve medo do tribunal, teve mais medo dos tuitadores que começaram a descer o pau".

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QUEM É PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO



Candidato: Plínio de Arruda Sampaio (Psol)

Nascimento: 26 de julho de 1930, em São Paulo (SP)

Estado Civil: Casado

Formação: Formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com mestrado em Desenvolvimento Econômico Internacional pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Atuou como promotor público e deputado federal. Exilado no Chile, trabalhou na FAO, braço da ONU que cuida de agricultura e alimentação, sendo diretor do organismo por 10 anos. Foi professor da Fundação Getúlio Vargas, fundou o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente, preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA).

Histórico de filiações partidárias: PDC, MDB, PT e Psol.

Cargos relevantes: Coordenador do Plano de Ação do governo de São Paulo (1959-1962). Secretário de Negócios Jurídicos do governo de São Paulo (1961). Secretário do Interior e Justiça da prefeitura de São Paulo (1961-1962). Deputado Federal (1962 - 1964. PDC-SP). Deputado Federal (1986 - 1989. PT-SP).

Domicílio eleitoral: São Paulo

Plínio de Arruda Sampaio em resumo: quem é o candidato do Psol à presidência?

"Assim como tenho no corpo um hormônio que me faz crescer barba, há outro que me obriga a ser comunista". A frase do escritor português José Saramago, morto em junho deste ano, cai como uma luva para explicar a personalidade de Plínio de Arruda Sampaio. Seu nome foi ventilado como possível candidato à presidência pela primeira vez durante o II Congresso do Psol, em 2009, como parte da construção de um programa que o partido espera que enfrente os efeitos da crise econômica, buscando a unidade da esquerda. É a segunda eleição que Plínio disputa pelo Psol, partido no qual ingressou em 2005. Ele tentou, sem sucesso, se eleger governador de São Paulo no pleito de 2006.

Para o deputado federal Ivan Valente, companheiro de partido, "as candidaturas que aí estão têm essencialmente a mesma proposta sobre política econômica. Já a candidatura de Plínio materializa uma experiência, um projeto político mais avançado. Ele só precisa furar o bloqueio que há contra ele".

Sempre ligado à Igreja Católica, Plínio começou a militar na Juventude Universitária Católica. Depois, passou para a Ação Popular, uma organização de esquerda que surgiu a partir de movimentos de dentro da Ação Católica Brasileira. Nessa época, conheceu sua mulher, Marieta, com quem está casado há 55 anos e tem seis filhos. "Quando nos conhecemos, éramos estudantes. Ele de Direito e eu no colegial. Estávamos na colônia de férias da Juventude Católica e reconhecemos um no outro uma série de identidades que facilitou nosso namoro", disse Marieta.

Após se formar na faculdade do Largo São Francisco, Plínio atuou como promotor público. Elegeu-se deputado federal em 1962 pelo Partido Democrata Cristão e tornou-se membro das comissões de Economia, Política Agrícola e Legislação Social do Congresso. Foi escolhido para ser relator do projeto de reforma agrária que integrava as reformas de base do governo João Goulart. O modelo que ele propôs irritou sobremaneira os latifundiários e políticos mais conservadores.

Quando os militares deram o golpe, em 1964, Plínio foi um dos primeiros brasileiros com direitos políticos cassados pelo Ato Institucional n°1. "Vivemos um período de tensão. Ele foi demitido do Ministério Público pelo Adhemar de Barros (então governador de São Paulo). Foi uma demissão política. Não sabíamos no que daria aquilo. Ele não tinha condição de trabalhar, então, se exilou no Chile. Plínio foi antes para arrumar um emprego, depois fomos com o resto da família. Fomos muito bem recebidos no Chile pelo presidente Eduardo Frei Montalva, que era do Partido Cristão e fez questão de ser solidário, especialmente com o Plínio e o Paulo de Tarso, que eram ligados aos cristãos aqui. Na época, esse partido era outra coisa, bem diferente desse do Eymael", afirmou Marieta.

A casa da dona Marieta
No Chile, Plínio trabalhou no organismo agrícola da ONU (FAO), sendo transferido em 1970 para os Estados Unidos, onde desenvolveu projetos para a entidade em todos os países da América Latina. Durante todo o tempo em que esteve exilado, Plínio nunca perdeu contato com os militantes brasileiros, recebendo muitos deles que chegavam também fugidos da ditadura. Dentre os hóspedes que ficaram por lá estavam Márcio Moreira Alves e Paulo Francis.

Em sua casa, aconteciam reuniões constantes para discutir os principais problemas que a esquerda enfrentava dentro da conjuntura política da época. Sua intensa atividade política não o permitiu estar sempre presente na vida familiar. Marieta conta que foi ela quem segurou a barra de cuidar da casa e dos filhos, mas faz questão de frisar que sempre pôde contar com o marido.

Com a família de volta ao Brasil, ele ingressou na luta pelo fim do regime militar e pela anistia política. Idealizou um novo partido, que se posicionaria à esquerda do MDB (legenda que abrigava os opositores do regime militar). Participou da campanha de Fernando Henrique Cardoso ao Senado, em 1978, com o acordo de que, se este recebesse mais de um milhão de votos, fundariam a nova sigla. FHC desistiu do acordo após ter sido eleito, o que fez com que Plínio rompesse com o partido.

A criação e a saída do PT
"Na época que antecedeu a criação do PT, nossa vida foi uma dureza danada. Ele estava sem emprego, mas ia de casa em casa, junto com os demais militantes, coletando assinaturas e explicando para as pessoas do que se tratava aquele novo partido e da necessidade de fundá-lo", conta a esposa. Plínio foi o autor do estatuto do PT e um dos idealizadores de seus famosos núcleos de base.

"Eu o conheço da época da fundação do PT. Em 1985, tivemos o primeiro teste eleitoral. Tinha a candidatura dele, do José Genoíno e do Eduardo Suplicy. Por incrível que pareça, apoiávamos o Genoíno. O Plínio era o mais à direita dos três. Ele fez parte do grupo majoritário do partido até sair candidato a governador em 1989", lembra o deputado Ivan Valente.

Em 1986, Plínio se elegeu deputado federal constituinte e ganhou destaque com sua proposta de reforma agrária que pretendia acabar com os latifúndios. Foi líder do partido no Congresso e continuou militando internamente no PT. Disputou as prévias para a prefeitura de São Paulo, em 1989, sendo derrotado por Luiza Erundina. Em 1990, ainda tentou se eleger governador de São Paulo, mas foi derrotado.

"Já antes da posse do Lula, tínhamos uma visão crítica do que seria o governo. E nos três anos em que ainda estivemos no PT, lideramos um grupo grande que era contrário ao pragmatismo e ao rebaixamento programático colocados. No desenlace da saída do PT, disputamos a presidência do partido pela última vez. Fizemos uma dobradinha e depois saímos juntos do PT", conta Valente.

Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT, tem uma visão diferente da história. "Foi um erro político imperdoável. Em 2005, a esquerda ganhou o primeiro turno na disputa pela presidência nacional do PT. Perdemos o segundo turno, entre outros motivos, porque ele saiu do partido. Além disso, as críticas que ele faz são fora de hora. O PT de hoje é, em parte, produto das políticas que Plínio defendeu nos anos 1980 e mesmo antes da criação do PT. Ele passou de moderado a esquerdista, sem conseguir parar no lugar certo".

O Psol e a atual candidatura
Saindo do PT, Plínio logo se filiou ao Psol. Defensor do socialismo, entra em divergência com as maiores correntes do partido e com sua direção majoritária, acusando-os de repetir os erros do PT. "Ele é uma pessoa versátil e experiente. Tem todas as condições de fazer uma grande campanha e um grande governo", diz Ivan Valente.

Para Pomar, o Psol é um projeto fracassado, "principalmente pelo erro cometido por Heloísa Helena em 2005-2006, quando se aliou objetivamente à direita 'demotucana' contra o PT. A avaliação que ele faz sobre o papel histórico do governo Lula é equivocada. O Psol reproduz, de forma piorada e udenista, o erro que o Partido Comunista cometeu frente ao governo Vargas, pouco antes do suicídio". Apesar das críticas, Pomar considera a candidatura de Plínio uma opção melhor do que se fosse Heloísa Helena quem disputasse novamente as eleições.

Plínio tenta, aos 79 anos, ser o primeiro presidente socialista do Brasil. Em sua jornada, conta com apoio de diversos intelectuais, como Francisco de Oliveira e Paulo Arantes. Mas é à noite, antes de se deitar, que ele debate suas ideias com a pessoa que mais lhe importa e que o ajuda nas tomadas de decisão - inclusive na de se lançar numa corrida eleitoral. "Hoje em dia, ele me pede mais conselhos do que antes. Eu ficava muito aborrecida, porque gosto de política. Quando ele era mais imaturo, convencido, ele me consultava muito menos. Mas, em geral, eu participo direto das decisões", finaliza Marieta.

fonte: TERRA

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