A morte ocorreu em 21 de agosto de 1940, às 7 horas e 25
minutos. A autópsia mostrou um cérebro “de dimensões extraordinárias” pesando 4
quilos e 777 gramas.
“Também o coração era muito grande”.
Em 22 de agosto, de acordo com um costume mexicano, um grande cortejo fúnebre marchou lentamente atrás do caixão, carregando o corpo de Trotski pelas principais ruas da cidade, e também pelos subúrbios proletários,
onde multidões andrajosas e descalças enchiam as ruas. Os trotskistas
norte-americanos quiseram levar o corpo para os Estados Unidos, mas o
Departamento de Estado recusou o visto até mesmo ao morto. Durante cinco dias o
corpo ficou em exposição e cerca de trezentas mil pessoas desfilaram ante ele,
enquanto nas ruas soava o Gran corrido de
Leon Trotski, balada folclórica composta por um poeta anônimo.
Em 27 de agosto o corpo foi cremado e as cinzas enterradas nos
terrenos da “pequena fortaleza” de Coyoacán. Uma pedra retangular branca foi
colocada sobre a sepultura e uma bandeira vermelha desdobrada sobre ela.
Natália (Sedova, viúva de Trotski) continuaria vivendo na
mesma casa por outros 20 anos, e todas as manhãs, ao se levantar, seus olhos se
voltavam para a pedra branca no pátio.
“Trotski, o profeta banido”, de Isaac Deutscher
Tradução de Waltensir Dutra
Editora Civilização Brasileira
Rio de Janeiro
2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário