quinta-feira, 22 de julho de 2010

12 Microresenhas do que tenho visto na tela grande ...

O Golpista do ano, de Glenn Ficarra e John Requa - Se você já tinha se impressionado com as peripécias do vigarista de “catch me if you can”, filmado por Steven Spilberg, vai custar a acreditar no que faz o protagonista deste “golpista do ano”, nome que “I Love you Phillip Morris” ganhou no Brasil. E você não precisaria acreditar, a não ser por um pequeno detalhe: é tudo verdade. Bom, pelo menos é o que andam falando por aí e o filme afirma categoricamente já em seus créditos iniciais. Jim Carrey interpreta um cara comum que, depois de sobreviver a um acidente, resolve que vai ser quem ele realmente é e levar a vida que acha que merece ter, ou seja: gay, muito gay, gay ao extremo, e rico. Muito rico. Carrey está ótimo no papel, fica mais engraçado à medida que vai amadurecendo e se tornando menos “careteiro”. Rodrigo Santoro aparece pouco, ao contrário do que insinua o cartaz brasileiro, onde ele tem o mesmo destaque que os dois astros principais – além de Carrey, Ewan McGregor, igualmente perfeito como o Phillip Morris do título original, vítima de um amor doentio por um tremendo cafajeste e cara-de-pau, talvez o maior que o cinema já retratou – mas que já estaria perdoado apenas pelo fato de ter feito o então governador do Texas, George W. Bush, também conhecido como “A Besta”, de idiota. O filme não é uma comedia rasgada do início ao fim, embora tenha cenas muito engraçadas, especialmente em sua primeira metade. Vale a pena uma sessão.

Nota: 7

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Os Inquilinos, de Sérgio Bianchi – Sergio Bianchi em mais uma certeira “dedada” na ferida exposta da situação social caótica em que o Brasil permanece, “deitado eternamente” em berço nada explêndido. Aqui vemos a “sinuca de bico” das “pessoas de bem” que são obrigadas a conviver, nas periferias das grandes cidades (é São Paulo, mas poderia ser qualquer outra), com a criminalidade que se aloja, no caso literalmente, na casa ao lado. Válter (Marat Descartes) é (ou pelo menos tenta ser) o “macho alfa” da casa sitiada pela inesperada e pra lá de desconfortável presença de novos inquilinos de seu vizinho, um senhor separado que tenta viver com alguma dignidade apesar de ter que dividir o mesmo espaço com um bando de marginais totalmente sem escrúpulos com atitudes suspeitas e/ou escancaradamente inconvenientes, como o desagradável hábito de promover verdadeiros “bailes funks” regados a musica alta, palavrões, bebida e sexo. Um filme tenso e realista, com excelentes interpretações de todo o elenco.

Nota: 8



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Insolação, de Felipe Hirsch e Daniela Thomas – Apesar da grande interpretação de parte do elenco, como Paulo José, de contar com a presença, mesmo que como coadjuvante, de uma de minhas musas, Leandra Leal, e de ter uma direção de fotografia excelente que, além de capturar algumas das “paisagens” de concreto do Distrito Federal por ângulos inusitados, consegue o feito de deixar a população da cidade totalmente fora dos enquadramentos, este filme é péssimo. Uma gigantesca punheta intelectual totalmente sem pé nem cabeça, com diálogos e situações non sense aparentemente sem nenhuma conexão entre si. Não entendi, nem tive vontade de entender. Não recomendo.

Nota: 2,5
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Como treinar o seu dragão, de Dean DeBlois e Chris Sanders – Desenho animado da Dreamworks que se passa numa aldeia viking assolada por ataques de dragões. O garoto Soluço acaba se tornando amigo da mais perigosa das feras, um “Fúria da noite”, e ajudando seu povo a se livrar definitivamente da ameaça. Excelentes efeitos especiais e inúmeras situações divertidas. Diversão garantida e de qualidade “para toda a família”. Assista, sem medo de ser feliz.

Nota: 7,5

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Fúria de Titãs, de Louis Leterrier – Refilmagem totalmente sem graça do último filme que contou com a arte do grande mestre dos efeitos especiais, Ray Harryhausen. O original é um daqueles clássicos dos bons tempos da “Sessão da tarde” que fazia a alegria da molecada. O atual também pode fazer a alegria da molecada mais descerebrada, mas eu particularmente achei um lixo, com péssimas interpretações e argumento e roteiro horríveis. Os efeitos especiais são bons, mas efeitos especiais, DEFINITIVAMENTE, não sustentam um filme – vide Transformers.

Nota: 3

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Um Homem sério, dos Irmãos Cohen – Mais uma divertida “comédia de erros” da mesma dupla que nos presenteou com os seminais “Fargo”, “onde os fracos não tem vez” e “gosto de sangue”. Nada dá certo na vida de Larry Gopnik, um judeu de meia-idade que tem sua vida colocada de pernas pro ar quando sua mulher anuncia que vai se separar dele. Uma série de situações absurdas e absolutamente hilárias se sucedem, num encadeamento inteligente e bem amarrado que culmina numa cena em que um grande e velho sábio judeu dá conselhos inspirados na letra de “somebody to love”, do Jefferson Airplane. Só vendo mesmo pra entender – ou não, mas a diversão é garantida.

Nota: 8

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Mother, de Bong Joon-ho – Novo filme do criador do melhor “filme de monstro” do século XXI, “O Hospedeiro”. Aqui, uma mãe se empenha em defender seu filho, doente mental, de uma acusação de homicídio. A dúvida se mantém até o final, e no processo vamos aos poucos reconstituindo, junto com os personagens, o que se passou naquela fatídica noite em que uma adolescente promíscua foi estuprada e morta a pedradas num barracão imundo. Drama e suspense na dose certa, muito bem filmado e interpretado. Recomendo muito.

Nota: 8

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O Lobisomen, de Joe Johnston – Bela refilmagem do clássico de horror da universal de 1941, com Benício Del Toro no papel principal. Eficiente em recriar a atmosfera gótica e sombria original, com a adição de efeitos especiais modernos e alguma dose de carnificina ao gosto dos novos tempos. O argumento é simples, até mesmo banal, mas não deixa de ser eficiente, apesar de ter uma série de pontos fracos, como a interpretação no “piloto automático” de um irreconhecível Anthony Hopkins num dos papéis principais. Não é um filme brilhante, mas é divertido. No final das contas, periga ser o melhor sobre os homens que viram lobos sob a luz da lua cheia desde o clássico “Um lobisomem americano em Londres”.

Nota: 6,5

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Quincas Berro DÁgua, de Sérgio Machado – Adaptação mediana de um dos livros mais populares de Jorge Amado. Poderia ter rendido muito mais, tendo em vista que contou com o suporte financeiro das organizações Globo e um elenco “estelar”, com Paulo José à frente. Um dos problemas deve ter sido justamente a intenção de fazer uma fita “para toda a família”, o que sabotou o espírito anárquico e sacana da obra original. Decepcionante NÃO VER ver Mariana Ximenes se entregando aos prazeres da carne numa das cenas finais.

Nota: 6

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Sherlock Holmes, de Guy Ritchie – Bastante divertida esta nova adaptação das aventuras do mais famoso detetive da literatura. Excelente fotografia, excelentes interpretações de Robert Downey Jr. como Sherlock Holmes e Jude Law no papel de um Otis bem menos coadjuvante que o usual. Guy Ritchie, uma das revelações do cinema alternativo dos anos 90, se dá bem aqui ao inaugurar o que provavelmente se tornará uma nova franquia bem-sucedida.

Nota: 7

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Mary e Max - Uma amizade diferente, de Adam Elliot - Cativante trabalho na tradicional técnica de "stop motion" com massinhas. Conta a história da improvável amizade entre Mary (voz de Toni Collette), uma menina gordinha e solitária de oito anos que vive nos subúrbios de Melbourne, Australia, e Max Horovitz (voz de Philip Seymour Hoffman), um homem de 44 anos, obeso e judeu, que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Uma viagem de 20 anos entre dois continentes que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. A mensagem é clara: aquela pessoa esquisita que mora do seu lado e com a qual você não quer se relacionar também é um ser humano e merece, no mínimo, respeito.

Nota: 9

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Sex and the city 2, de Michael Patrick King – Vendo este filme cheguei a me questionar se a série é realmente tão boa quanto eu me lembrava ou se tudo não foi um gigantesco engano. Tudo aqui é muito exagerado, fake, brega – eu acho as roupas usadas por Carrie Bradshow bregas. Foda-se se são de grifes famosas ou de grandes estilistas, a maioria é ridícula. E a própria Carrie, que já não era nem de longe meu personagem favorito, se tornou uma chata de galocha, a típica casada entediada que implica com tudo e nunca está satisfeita com nada. Já minha personagem favorita (minha e da torcida do flamengo, porque o povo gosta mesmo é da sacanagem, não tem jeito), Samantha, continua divertida, mas um tanto quanto vulgar e exagerada. Já está mais do que na hora de passar a régua nessa história – pra mim, pelo menos, já deu. Qualquer dia revejo a séria pra confirmar se era mesmo essas cocadas todas, mas um episodio 3, no cinema, não contará com a minha presença, podem ter certeza – e tenho plena consciência de que não fará falta.

Nota: 3,5

Um comentário:

Viva La Brasa disse...

achei o filme dos irmãos coen muito chato e o tal do 'golpista do ano' gay demais... não consegui terminar de ver nenhum dos dois.