Hans
Ruedi Gieger, o mestre HR Giger, morreu ontem na Suíça, aos 74 anos.
Toda uma geração o conhece, mesmo sem querer, pela concepção visual da
criatura em "Alien", de Ridley Scott, que lhe valeu um Oscar. Giger
havia ganhado fama com "Necronomicon", uma coleção de imagens inspiradas
em H.P. Lovecraft. Sua participação em Alien começou em 1975, quando
chamou a atenção do roteirista Dan O'Bannon enquanto
trabalhava com o cineasta chileno Alejandro Jodorowski numa versão de
Duna jamais concretizada. O'Bannon mostrou a Scott o livro
"Necronomicon" e o diretor decidiu adaptar literalmente as pinturas
fálicas do suíço para criar o alienígena do filme de 1979.
Ficaram célebres também suas capas de discos, como a de "Brain Salad
Surgery", do Emerson, Lake & Palmer, e as imagens que licenciou
para álbuns do Danzig, Celtic Frost, Dabbie Harry e companhia. Pra não
falar do sensacional pedestal de microfone que esculpiu para Jonathan
Davis, do Korn.
Mas Giger criou também um mundo próprio, com
uma estética absolutamente singular e recheada de símbolos fálicos,
biomecanóides e com provocações à religião. A casa de Jello Biafra foi
invadida numa madrugada dos anos 80 por agentes que queriam confiscar o
pôster "Penis Landscape", criado por Giger, e encartado no disco
"Frankenchrist", do Dead Kennedys.
No livro "ARh+", editado em
Portugal pela Taschen, ele dizia ter escapado da morte à bala em pelo
menos cinco ocasiões de sua vida. Morreu em decorrência de ferimentos
causados por uma queda ...
por Eduardo Abreu
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