O evento aconteceu num colégio público estadual e teve um público
aproximado de cerca de 50 pessoas, no máximo, quase todos locais ou de outros
pontos do interior do estado e com uma faixa etária média bem baixa. Praticamente
nenhuma das “figurinhas carimbadas” do metal sergipano estava por lá, muito
provavelmente por conta das eternas “tretas” que tanto enfraquecem o “movimento”
(que anda bem parado, diga-se de passagem) e o preço, salgado para os padrões
das produções locais do estilo. Mas aconteceu. E foi bem legal, com organização
e estrutura técnica razoável – embora amadora e equivocada em alguns momentos,
principalmente os que tentava emular os esquemas de grandes festivais, como num
improvisado, mambembe e, no final das contas, desnecessário isolamento dos “camarins”.
Cheguei por volta das 18:00H. A Grinding Souls, do Conjunto
Marcos Freire, Nossa Senhora do Socorro – região metropolitana de Aracaju –
estava no palco. Grata surpresa! Tem alguns verdadeiros ícones do submundo do
metal em sua formação, como Carlos “Verruga”, na guitarra. Mandando muito bem,
o que me impressionou, já que sempre o conheci como baterista. Fazem um
Death/grind agressivo e bem trabalhado. Boa banda.
A terceira a se apresentar foi a que mais parece ter
agradado o publico: a The End, de Poço Redondo, município circunvizinho famoso
por abrigar em seu território a gruta onde o bando de Lampião foi dizimado. Fazem
um Heavy Metal “old school” totalmente “oitentista”, com pitadas de Hard Rock e
nítidas influências da NWOBHM. A garotada – sem eufemismo, eram quase todos
muito novinhos mesmo, me senti um tiozão lá no meio deles – sabia de cor as
musicas e foi ao delírio.
E então as trevas se fizeram presentes. Não, não era o Mystifier, ainda. Era uma banda “nova” – pelo que entendi eles ensaiam desde 2010, mas aquela seria a primeira apresentação – que atendia pelo estranho nome de “Anhan”. De origem indígena, segundo fui informado. E eram locais, de Nossa Sennora da Glória. Único quarteto da noite, demoraram a dar o ar da graça por trás das cortinas – outra improvisação meio mambembe e desnecessária da produção. E quando apareceram, foram dispostos a assustar, com “corpse paintigs” carregadíssimos sob túnicas negras que escondiam os rostos dos componentes. Mas o som eu achei bem tosquinho: uma espécie de valsa macabra primária marcada com dificuldade pelo baterista e pelo baixista e com um vocalista meio histérico, ansioso por “mostrar serviço”. Enfim, deram lá seu recado, e no final das contas não deixa de ser louvável a atitude de montar algo assim na cidade onde eles moram.
E então as trevas se fizeram presentes. Não, não era o Mystifier, ainda. Era uma banda “nova” – pelo que entendi eles ensaiam desde 2010, mas aquela seria a primeira apresentação – que atendia pelo estranho nome de “Anhan”. De origem indígena, segundo fui informado. E eram locais, de Nossa Sennora da Glória. Único quarteto da noite, demoraram a dar o ar da graça por trás das cortinas – outra improvisação meio mambembe e desnecessária da produção. E quando apareceram, foram dispostos a assustar, com “corpse paintigs” carregadíssimos sob túnicas negras que escondiam os rostos dos componentes. Mas o som eu achei bem tosquinho: uma espécie de valsa macabra primária marcada com dificuldade pelo baterista e pelo baixista e com um vocalista meio histérico, ansioso por “mostrar serviço”. Enfim, deram lá seu recado, e no final das contas não deixa de ser louvável a atitude de montar algo assim na cidade onde eles moram.
Mystifier, enfim. Outro nível. Formação totalmente diferente
da que eu vi há algum tempo, no meio da primeira década dos anos 2000, quando
eles TENTARAM tocar em Aracaju, num show tumultuado que acabou prematuramente. Dessa
vez deu quase tudo certo, como veremos adiante: começaram já com a clássica
oração satanista em português presente no álbum “wicca” e mandaram ver numa
perfomance matadora e precisa, muito bem executada e com uma excelente presença
de palco. Beelzeebubth, membro fundador e único remanescente
dos primórdios, agora toca guitarra, escudado por dois excelentes músicos e com
o “auxilio luxuoso” de uma presença ilustre, o vocalista da formação original, Meugninousouan,
que estava presente e subiu ao palco para três hinos macabros extraídos do primeiro
– e clássico – disco. Fez um interessante contraponto com o vocal atual, mais “gutural”,
encorpado – o dele é mais gritado. Tem mais personalidade, no final das contas,
mas eu gostei bastante da formação que ora se apresenta, também. O show foi
perfeito, uma verdadeira celebração à música profana totalmente avessa a
concessões e comercialismos. Os caras se apresentaram diante de um público
pequeno e apático, que parecia não estar entendo muita coisa, de forma intensa
e precisa, como se estivessem diante de uma multidão entusiasmada. Coisa de
gente grande, com experiência lapidada a ferro e fogo em cima de palcos ao
redor do mundo. O único porém foi a duração, já que tiveram que encurtar o set,
pois o evento estava na mira da justiça e tinha hora pra acabar.
Uma pena, porque foi muito bom. Parabéns para a produção,
centralizada na figura de Tom Mendes, figura atuante no cenário do metal
sergipano desde o final dos anos oitenta.
Quem não foi, perdeu um momento único, que dificilmente se
repetirá.
Fotos: Divulgação
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