Woman is the nigger of the world ...
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Oldscratch |
"Ai,
tô tão feliz!" Daniela Rodrigues, vocal e guitarra da Renegades of
punk, parecia tão embriagada ao dizer isso que eu não resisti e lhe
perguntei - em tom de brincadeira, claro, porque sei que ela não viaja
nessa "onda" - se ela havia usado drogas. A resposta foi ótima: "Nada,
eu me embriago na vida real. Pena que amanhã tudo acaba e a vida volta
ao "normal". Completou dizendo que nunca mais havia visto um evento Underground/punk/alternativo
assim em Aracaju, com boa participação de público e público
participativo, animado, interessado. Concordo, muito embora ache o
público aracajuano nem sempre ausente e "morno", mas inconstante e
imprevisível - às vezes lota e a noite é ótima, às vezes não dá ninguém e
a morgação toma conta, às vezes dá pouca gente mas é animado, sem
nenhuma explicação aparente - ou convincente.
O cenário é
preocupante, no entanto, eu concordo, e por isso mesmo foi realmente
muito bom ver uma iniciativa tão nobre ser abraçada com o entusiasmo que
foi visto na última noite de sábado, na Caverna do Jimi Lennon. Tudo na
base do bom e velho "faça você mesmo". Era uma noite comemorativa ao
Dia Internacional da Mulher e lá, já de cara, os que compareceram eram
recepcionados por uma banquinha de produtos alternativos com uma boa
variedade de materiais, de discos de vinil - dentre eles uma
impressionante coletânea com bandas punk HC de São Paulo gravada e
produzida nos estúdios de nosso camarada Thiago Babalu - a fanzines -
dentre eles um inusitado relançamento de duas edições (uma de cada) do
Buracaju, editado dos anos 80 à primeira metade dos 90 do século passado
por Silvio da Karne Krua, e do Escarro Napalm, que circulou entre 1991 e
1995 em tiragens de 100 a 150 cópias xerocadas e era produzido por este
que vos escreve.
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renegades |
As apresentações começaram com grande atraso com a Renegades, que
mandou muito bem, como sempre. Continuou com algumas declamações de
poesias e improvisos - um rap, por exemplo - e então tivemos a
Oldscratch, surpreendente banda de Alagoas bastante influenciada pelo
que de melhor o rock alternativo guitarreiro e barulhento com vocais
femininos nos deu na década de 1990, tipo Babes in Toyland, Bikini Kil,
L7 e 7 Year Bitch. Encerrando a noite, já perto das 3 da matina, o punk
rock cruzão com pitadas de Hardcore e grindcore da Útero Kaos, de São
Cristóvão, que levantou os punks "raw" e promoveu uma animada roda de
pogo. Destaque para a perfomance visceral de Kelly, a vocalista. Aliás, a título de curiosidade
e cultura inútil - porque no final das contas somos todos cidadãos do
mundo, e só - ela é de Itabaiana. Eu e a Dani "renegades" também. Quando
eu falo que um dia vamos dominar o mundo, ninguém acredita ...
BRINCADEIRINHA ...
A
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