"E
 aí?". "Como assim, e aí?". "E aí, vai me contar o que aconteceu em 
Masada?". "Ah, bom, deixe-me ver: tinha um anjo, uma puta, um eunuco, 
várias dúzias de idiotas, um irlandês que não morria, um 
Homem-Holocausto com um sobretudo, um ou outro banquete de 20 pratos em 
nome da mãe de todos os fodidos glutões, relações incestuosas, 
desentendimentos familiares, bulimia, uma criança retardada - o que é
 sempre bom para dar risada - e a destruição absoluta de nosso altar 
mais sagrado e retiro secreto com a detonação de uma bomba de 50 
toneladas. E tinha também Jesse Custer ...
 
 Jesse Custer, 
personagem principal da série "Preacher", minha História em quadrinhos 
favorita do meu selo favorito, Vertigo, é um pastor possuído por uma 
entidade nascida do cruzamento entre um anjo e um demônio capaz de meter
 medo ao próprio Deus pai todo-poderoso - que é um grandessíssimo filho 
da puta, diga-se de passagem - que roda o mundo a partir do Texas 
acompanhado de sua namorada especialista em armas, Tulipa, e de seu 
amigo vampiro irlandês, Cassidy. À procura Dele - Ele mesmo, EL, ELOAH, 
ELOHIM, EL SHADDAI, ADONAI, YHWH / YAHWEH / JEOVÁ, JEOVÁ-JIRÉ - que 
abandonou o paraíso, ele se depara com o Cara de Cu, um garoto 
reprimido com sérias sequelas de uma tentativa de suicídio motivada 
pelos abusos que sofreu de seu pai, um xerife durão, e pelo exemplo de 
Kurt Cobain; o Santo dos Assassinos, um pistoleiro do velho oeste ressuscitado; a 
família que o criou à base de castigos como ficar submerso num caixão no
 pântano da Louisiana apenas por falar palavrões; e Herr Starr, 
protagonista do diálogo acima, que é membro de uma seita superpoderosa 
encarregada de resguardar a linhagem do cordeiro, manifesta num garoto 
retardado descendente direto de Jesus Cristo destinado a ser o novo 
Messias.
 
 
Preacher está prestes a ser adapatado para a TV pela 
mesma emissora responsável pelos grandes sucessos de crítica e público 
"Breaking Bad" e "The Walking Dead" - esta última igualmente originária 
de uma série em quadrinhos. É publicada atualmente no Brasil de forma 
impecável, em capa dura e papel couchê com impressão de primeira, pela 
Panini Comics.
Desnecessário dizer que recomendo muito.
A
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