Do Blog de André Forastieri - Dia do Quadrinho Nacional? Coisa de político. É bem mais fácil dedicar um dia a um homenageado qualquer do que levantar o traseiro da cadeira e homenageá-lo com ações, em vez de blábláblá.
Mas neste 30 de janeiro de 2011, até que há razões para celebrações entre os quadrinistas brasileiros. Se nas bancas a presença de autores brasileiros é cada vez menor (exceção feita, claro, à Maurício de Sousa Produções), nas livrarias a história é bem diferente.
Mais editoras estão publicando quadrinhos em 2011 que jamais antes na história deste país, como dizia lá o outro. Os governos compram, via programas diversos, quantidades razoáveis para bibliotecas e escolas. Isso passou a viabilizar o trabalho de muito quadrinista brasileiro.
Claro que nem toda livraria vai ter aquela recheada seção de quadrinhos. Para isso existem sebos, e sebos online (como a Estante Virtual), e tantas livrarias online, e a Comix, ainda a melhor livraria de quadrinhos do país, na internet e na velha loja da Alameda Jaú.
Se é por falta de recomendação que não te arriscas, listo aqui lançamentos recentes onde podes apostar sem medo.
MSP + 50, por Maurício de Souza e 50 Artistas. Minha birra pública com Maurício (por não dar crédito aos roteiristas e desenhistas da Turma da Mônica) não me impede de reconhecer que este livro é muito legal. Nem de reconhecer a ironia de que, para esta edição comemorativa, todo o crédito foi dado... A gente como Adriana Melo, Mozart, Allan Sieber, Rafael Grampá, Danilo Beyruth (este, autor de Bando de Dois, que não li ainda, mas que tanto amigo me recomendou que passo a dica).
Os Sertões - A Luta, roteiro de Carlos Ferreira e arte de Rodrigo Rosa. Adaptação do livro de Euclides da Cunha, igualmente liberal e fiel. Rodrigo tem poucos pares no Brasil.
Outro na mesma praia: Demônios, de Eloar Guazzelli, adaptado do conto de Aluísio de Azevedo. Um clássico da literatura brasileira de meter medo.
Vó, de Jean Galvão. Conhecido da meninada por seu trabalho com tiras na revista Recreio, Jean é quadrinista de mão cheia. Sua personagem tem toda pinta de avó de verdade. Boa alternativa para quem curte Mônica e cia.
O Corno que Sabia Demais, roteiro de Wander Antunes, arte de Gustavo Machado e Paulo Borges. Picarescas e aventurescas crônicas de um Rio de Janeiro dos anos 50. Wander publica muito na França, embora more em Cuiabá. Dele também leia A Boa Sorte de Solano Dominguez.
Para fechar, recomendo a compra e leitura imediatas de qualquer dos álbuns de Níquel Náusea, de Fernando Gonzales; e de qualquer álbum assinado por Laerte, o único gênio da HQ brasileira, digno de qualquer lista de melhores do quadrinho mundial.
NOTA - Eu (Adelvan) recomendaria tambem qualquer coisa de Lourenco Muttarelli.
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