segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Machete


Machete é foda ! “A pica das galáxias”, como diria o Coronel Fábio de Tropa de Elite. Fode, literal e metaforicamente falando, com todo mundo – de bandidões cruéis com cara (e corpo) de Steven Seagal a donzelas nem um pouco indefesas também com cara (e corpo) de Michelle Rodriguez, Lindsay Lohan e Jessica Alba. Um super-herói mexicano, feio, forte e malvado.

O personagem foi criado por Robert Rodriguez inicialmente como um dos treilers “falsos” que acompanhavam a sessão dupla “grindhouse”, mas fez tanto sucesso que acabou virando um longa metragem. Seguindo a linha dos outros dois filmes, dele e do chapa Tarantino, é uma homenagem escrachada às fitas de ação “trash” e, como não poderia deixar de ser, tudo nele é exagerado, tosco e surreal, não deixando pedra sobre pedra num verdadeiro banho de sangue, suor e demais fluidos corporais em pouco mais de uma hora e meia de pura diversão descompromissada.

Todos os homens temem Machete. Todas as garotas do filme querem dar (e dão) para Machete. E que garotas, caro leitor ! Os adeptos de fetiches do tipo “bikini girls with machine guns” não têm do que reclamar. Destaque para minha musa latina com cara de poucos amigos Michelle Rodriguez, aqui fazendo o papel de uma mítica guerrilheira a serviço da causa dos imigrantes ilegais, e para Lindsay Lohan, armada e perigosa, deliciosamente vestida em trajes de freira. Sensacional. No campo masculino, presenças marcantes de Robert Deniro, como o senador de extrema-direita, e Steaven Seagal, como o barão das drogas – ambos perfeitamente adaptados aos seus papéis. Além de Danny Trejo, o Machete, evidentemente. Perfeito.

Os filmes de Robert Rodriguez, com exceção de “Sin City” (que eu acho uma obra-prima) e “Um drink no inferno”, não costumam ser tão geniais quanto os de Quentin Tarantino, mas são sempre sinônimo de diversão inteligente com imagens de impacto que pegam o expectador de surpresa pelo absurdo da premissa. Em “Machete”, por exemplo, temos a utilização de um intestino humano como suporte para uma rota de fuga improvisada. O roteiro é meio nada a ver com nada, usando e abusando de todos os clichês possíveis e imagináveis dos “filmes de ação”, e o ritmo é um tanto quanto truncado, corrido. Os diálogos são o que se pode esperar de uma obra com tal proposta: infames, desbocados e, acima de tudo, bem humorados (surreal a conversa entre os guarda-costas do chefão do crime em que eles se questionam quanto à sua fidelidade canina ao patrão sem caráter).

Não é para ser levado a sério, evidentemente, a não ser como exercício estilístico e estético: aí, sim, o valor da obra se revela em toda a sua grandiosidade e o filme se torna um sério candidato a “Cult”.

Machete é foda !

por Adelvan






























Um comentário:

márcio sno disse...

Acabei de assistir. Filmaço!
Faço minhas as suas palavras: Machete é foda!