“Olha, eu ia votar em Marina, mas como ela estava se tornando uma candidata de facção religiosa, optei por Plínio”, disse Tom Zé, ao fim da entrevista que fizemos por ocasião do lançamento do seu DVD O pirulito da ciência, pela Biscoito Fino, sábado, no Circo Voador. E Tom Zé é exatamente como mostra essa sua frase: sincero e constantemente pensante. Prova disso é a entrevista que você confere aqui. E a gente avisa em primeira mão: vem por aí biografia do músico escrita por Marcus Preto.
São quantos anos de carreira mesmo, Tom Zé?
– Quando o (Charles) Gavin propôs que eu gravasse esse DVD com um apanhado da minha carreira, eu ainda nem tinha feito a conta. Cantei na TV, pela primeira vez, em 1960, quando decidiram chamar o que eu fazia de música. Então são 50 anos.
E a sensação é boa?
– É ótima! Ainda mais para mim, que morri várias vezes no cenário brasileiro. Isso acabou me obrigando a todo ano fazer coisas que nunca tinha feito e sempre renascer. E notei que tenho atraído um público cada vez mais jovem. Porque a música é apenas o envelope, o que eu produzo é uma proteína chamada rebeldia e o jovem necessita desse alimento. Por isso, ele consome meus produtos e minha vida. Não sou uma alma livre, sou funcionário dessas pessoas.
Algum momento difícil durante a feitura do DVD?
– Quando assisti à primeira filmagem eu disse: esses câmeras estão loucos! Eles precisam me filmar mais. Não dá para, enquanto estou me mexendo, filmarem outros detalhes, porque eu não acredito na minha música só como canto, eu preciso me expressar com o corpo, de tal forma que a performance modifica a música.
Está contente com a realidade brasileira de hoje?
– É um país que todo ano descobre uma Serra Pelada, ou seja, uma nova fonte de riqueza imensurável, em um solo de povos tão diferentes, mas que permanecem unidos. Quer dizer... Para esse país ir mal tem de fazer muita esculhambação. Muitos políticos estão tentando, mas não a ponto de arruinar tudo.
Assistiu ao primeiro debate presidencial?
– Eu não! Assisti à semifinal da Libertadores. Política não vence futebol. Fora que não tenho interesse em ver os candidatos repetindo os mesmos truques, os discursos ensaiados, as chantagens... Mesmo que só tivesse isso para ver, fecharia os olhos.
por Heloisa Tolipan
Fonte: JBlog
Um comentário:
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