Maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil, Zumbi dos 
Palmares será agora uma lembrança constante em meio aos sergipanos e 
turistas que visitarem a Orla de Atalaia, em Aracaju. É que uma estátua 
em sua homenagem foi inaugurada pelo governador Marcelo Déda ao final da
 tarde desta quinta, 22, no espaço ‘Monumento aos Formadores de 
Nacionalidade’. A ação faz parte das atividades comemorativas ao Dia da 
Consciência Negra, festejado em 20 de novembro.
O próprio Déda idealizou a homenagem ainda em 2007, no início de sua 
gestão no governo estadual, ao visitar o Monumento já composto por 
estátuas de Tiradentes, D. Pedro II, Getúlio Vargas, Juscelino 
Kubitschek, Barão do Rio Branco, Duque de Caxias, José Bonifácio e a 
Princesa Isabel.
"Hoje nós demos a este Monumento aquilo que faltava nele: o povo negro,
 os afrodescendentes, a história da luta contra a escravidão, a história
 da luta pela liberdade, a história da luta pela afirmação da 
contribuição da negritude no processo de formação da nação brasileira. 
Um grande ausente foi convidado, e daqui não sai mais. Aqui agora ele 
vai compartilhar a atenção dos que visitam o nosso estado, os que vêm 
aqui", ressaltou o governador.
Feita em bronze, a escultura mede 1m80 - o que seria a mesma altura de 
Zumbi dos Palmares - e foi produzida em Belo Horizonte, pelo escultor 
Léo Santana. "Zumbi está aqui como herói do povo negro, mas não só como 
isso. Zumbi está aqui como herói do povo brasileiro, herói dos negros, 
brancos, imigrantes, índios, de todas as nações que vieram formar 
conosco essa beleza de país que é o Brasil", enalteceu Déda.
Ratificando o mérito do homenageado, o governador remeteu à origem de 
Zumbi: "africano, trazido menino, foi batizado com nome português, fugiu
 para os quilombos, aprendeu com tantos outros que nas matas de Alagoas 
construíram os mais combativos quilombos a resistir à escravidão. Mas 
não deu seu sangue para a chibata do colonizador; não aceitou cortar 
cana debaixo de humilhação; a ser escravo, preferiu ser guerrilheiro, 
líder de quilombo".
Segundo Déda, ao invés de puxar o arado do senhor de engenho, Zumbi 
segurou a lança da liberdade "e foi ajudar o seu povo a sair da 
escravidão, a fundar novos quilombos, a acreditar na liberdade, a 
escrever a história da luta do povo brasileiro. Não é à toa que os 
negros do Brasil escolheram Zumbi para ser o seu patrono, para ser o 
símbolo da sua raça, da sua luta, da sua trajetória histórica e o 
símbolo do seu futuro, do brasileiro que não cede à opressão, que não 
aceita a escravidão, que não aceita a indignidade, que luta contra a 
desigualdade e guerreia pela liberdade plena", colocou.
Gratidão
A homenagem foi comemorada pelos diversos representantes das 
comunidades negras que compareceram ao evento. "Essa é uma grande 
homenagem aguardada por muitos anos. Zumbi é o rei, é o nosso 
guerreiro!", exaltou a Mãe Lindinalva, popular integrante de grupos 
representativos da comunidade negra.
Da mesma forma avaliou o dirigente do Movimento Negro Unificado, Carlos
 Augusto Conceição. "Hoje é um dia especial. Neste Monumento não estava 
contemplada a história do povo negro brasileiro. Agradecemos enquanto 
movimento social negro e dizemos que Sergipe está no caminho correto 
para realizar as políticas sociais em benefício do povo negro", afirmou.
Sensibilidade
O ato de inauguração da estátua de Zumbi teve a presença da chefe da 
representação regional do Ministério da Cultura (Minc) nos estados da 
Bahia e Sergipe, Mônica Trigo, que estendeu sua estadia na capital 
justamente para acompanhá-lo. "Eu fiquei, pois achei importante a 
ousadia do governador Marcelo Déda em incluir Zumbi, um ícone da cultura
 nacional como um mártir da identidade nacional. Isso é importantíssimo 
para nós que consideramos a diversidade um elemento essencial da Cultura
 nacional", observou.
Secretário de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania, Luiz Eduardo 
Oliva também destacou a sensibilidade do governador. "O governador 
percebeu que não tínhamos nenhum negro, nenhum representante do povo, 
sobretudo de origem africana, que formou de fato o povo brasileiro. Este
 ato tem uma das maiores representatividades hoje dentre todas as 
comemorações que estão havendo no país em relação ao Dia da Consciência 
Negra".
Para a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o momento é de 
"celebração da contribuição dos negros na formação da sociedade 
brasileira, uma forma que o Governo de Sergipe, sob a liderança do 
governador Marcelo Déda, encontra para fazer justiça a uma etnia que foi
 fundamental para a formação da cidadania e da sociedade brasileira".
Presenças
A inauguração foi prestigiada por diversas autoridades locais como o 
vice-governador, Jackson Barreto, a primeira-dama e secretária de Estado
 da Inclusão Social, Eliane Aquino; os prefeitos de Aracaju, Edvaldo 
Nogueira, e de Lagarto, Valmir Monteiro; os deputados federais Márcio 
Macêdo, Laércio Oliveira e Pastor Heleno; os deputados estaduais João 
Daniel e Gustinho Ribeiro; e o presidente da Câmara Municipal de 
Aracaju, vereador Emmanuel Nascimento.
Fonte: ASN
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