Tropa de Elite 2 é o filme nacional mais assistido de todos os tempos
Fonte: Rolling Stone
Em sua nona semana em exibição, o longa-metragem de José Padilha levou mais de dez milhões de espectadores aos cinemas.
Tropa de Elite 2, na noite desta terça, 7, tornou-se o filme brasileiro com maior público de todos os tempos, segundo dados do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. A informação foi fornecida pela assessoria de imprensa do longa-metragem.
O filme estrelado por Wagner Moura, que pela segunda vez encarnou o temido personagem Capitão Nascimento, e dirigido por José Padilha, contabilizou 10.736.995 milhões de espectadores, superando Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, até então recordista com 10.735.525 milhões - 34 anos para ser superado, um feito e tanto.
O longa-metragem está em sua nona semana de exibição, em 331 salas espalhadas pelo país. De acordo com a assessoria, Tropa de Elite 2 permanecerá nos cinemas enquanto houver público. No mês de outubro, a produção já era o filme nacional mais assistido de 2010, com quatro milhões de espectadores até então.
Tropa de Elite 2, na noite desta terça, 7, tornou-se o filme brasileiro com maior público de todos os tempos, segundo dados do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. A informação foi fornecida pela assessoria de imprensa do longa-metragem.
O filme estrelado por Wagner Moura, que pela segunda vez encarnou o temido personagem Capitão Nascimento, e dirigido por José Padilha, contabilizou 10.736.995 milhões de espectadores, superando Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, até então recordista com 10.735.525 milhões - 34 anos para ser superado, um feito e tanto.
O longa-metragem está em sua nona semana de exibição, em 331 salas espalhadas pelo país. De acordo com a assessoria, Tropa de Elite 2 permanecerá nos cinemas enquanto houver público. No mês de outubro, a produção já era o filme nacional mais assistido de 2010, com quatro milhões de espectadores até então.
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A estrela de Tropa de Elite cansou de ser cult: "Quero ser gostosa, rock'n'roll"
Ela convenceu Zé Padilha, enfrentou Wagner Moura, conquistou Caio Blat e emocionou Domingos Oliveira. Maria Ribeiro já foi gordinha, já dirigiu um longa, aguarda a estreia de Tropa de Elite 2 e, aos 34 anos, desconstrói rótulos.
"Quero ser gostosa, rock’n’roll, cansei de ser bacaninha”, desabafa Maria Ribeiro à Tpm, às duas da manhã de uma quarta-feira de julho. O manifesto é contra sua imagem de boa moça, low profile, cabeça. Talvez ela passe essa impressão por não usar maquiagem no dia a dia, viver de calça jeans ou vestido até os joelhos e não tirar os grampos do cabelo. Por ser a mulher que, aos 21, casou com o ator Paulo Betti, 23 anos mais velho, e, depois, com Caio Blat, cinco anos mais novo, mas com fama de “intelectual”. Para completar, o primeiro documentário de que Maria assina a direção abriu o festival É Tudo Verdade, no Rio, no ano passado. Domingos retrata o dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira, conhecido como o Woody Allen brasileiro – e um mestre para Maria. O filme entra em cartaz em novembro. Mas antes, dia 8 de outubro, ela volta como Rosane, em Tropa de Elite 2. Agora, em plena madrugada, confessa que quer se ver sensual, fashion, tem até usado batom vermelho e sombra azul. Só para despistar os rótulos.
É verdade que a atriz Maria Ribeiro lê todo dia os cadernos de cultura e os colunistas dos jornais que assina: O Globo e Folha de S.Paulo. E pensa em sustentabilidade quando transforma em lixo os cadernos de informática, economia e esportes. Porém, não se arrisca a ler na internet, afinal, ela mal sabe usar o Google e o YouTube. Mas só os cariocas mais observadores conhecem o lado consumista de Maria, que frequenta lojas como Maria Bonita Extra e Andrea Marques, gastando cerca de R$ 3 mil por mês em roupas brasileiras – ela se recusa a investir em marcas gringas, como Louis Vuitton. “Passei anos pensando que só podia ser inteligente. Qualquer coisa mulherzinha parecia fútil, menor. Fui para o extremo oposto em relação à moda”, analisa ela, que, durante a adolescência, foi gordinha e só andava de bata e saia comprida.
De resto, não liga pra joias, seu único creme é um protetor solar e não troca o Citröen C3 que divide com o marido há quatro anos. Quando não está gravando, almoça fora ou vai ao cinema sozinha depois que deixa João, 7 (seu filho com Paulo Betti), na escola – que segue a linha construtivista. Maria acha divertido que a maioria dos leitores do site Ego a considerem mais “sexy” do que “talentosa” e “gente boa”. Até porque sair de calcinha na foto não é a primeira atitude que contradiz a imagem de intelectual gente boa. Este ano mesmo, fez cenas de sexo com o marido, Caio, no filme Histórias de Amor Duram apenas 90 Minutos, de Paulo Halm.
Mas é preciso ter força
Maria já havia passado por outra situação desafiadora, aos 23 anos. Em sua estreia no cinema, fez performances sexuais que chegam a durar 3 minutos, com o ator Roberto Bomtempo, no longa Tolerância, de Carlos Gerbase. No mesmo ano, fez o ensaio sensual da nossa revista-irmã, a Trip, e foi capa da Tpm #1. Até então, era conhecida apenas pela peça Confissões de Adolescente, dirigida por Domingos – com quem depois trabalhou no filme Separações (2002) –, e por duas novelas na Globo. Resolveu topar o roteiro de Gerbase para chocar a família.
Filha temporã de uma dona de casa e um executivo “louquinho” – que construiu um tobogã da casa em Angra dos Reis até o mar –, Maria cresceu na alta sociedade carioca. Via a família falar inglês quando não queria que os empregados entendessem o assunto. Até hoje, ela vive perdendo suas chaves, como que resquício da época em que podia chegar em casa a qualquer hora que sempre tinha um segurança para abrir a porta. “Quando cresci, percebi que minha família era cheia de mentiras.” Aos 20 anos, ela soube, por exemplo, que um tal “primo distante” era, na verdade, seu tio, filho do avô com outra mulher. Resolveu que faria diferente: seria sincera. Hoje diz “não” quando jornalistas pedem dicas de cremes, livros ou uma “dieta milagrosa” que a fez voltar à forma depois de seu segundo parto normal – Bento, filho de Caio, tem 7 meses, e esta é a primeira vez que aparece numa revista.
A franqueza vale também para educar João. No dia desta entrevista, ela explicava para ele, ao celular: “Você não pode obrigá-lo a te emprestar o videogame. Amore, as pessoas nem sempre fazem o que queremos”, diz, referindo-se ao filho de José Padilha, diretor de Tropa de Elite e seu primo. Zé, aliás, faz questão de dizer que o teste de Maria para o papel de Rosane, em seu longa, não teve nepotismo. “Ela tem a força necessária para dar dura no Capitão Nascimento”, avalia. Tanto que, no roteiro original, Rosane era submissa, mas na tela a personagem enfrenta o marido. Isso porque, durante a preparação de elenco, Wagner Moura deu um tapa na cara de Maria, que entrou no set com raiva e mudou a história.
As pessoas próximas dizem que Maria tem personalidade forte. O pai, que não economiza adjetivos para expressar a admiração pela filha, “muito inteligente”, a chama também de “cabeça-dura”, e João, filho dela, de “brava”. Mas espontaneidade é, de fato, um consenso. E não se abala nem diante de hierarquia. Ela conta que uma vez discutiu sobre trabalho com o diretor-geral de teledramaturgia da Record, Hiran Silveira. Contratada da emissora desde 2004 – sua novela mais recente foi Poder Paralelo, que acabou em março deste ano –, considera um privilégio ter acesso a um chefe, coisa que, na Rede Globo, não viu acontecer. Formada em jornalismo e colunista da Tpm (leia seu texto na pág. 111), Maria acredita que esse contato pode levá-la a escrever para a TV.
Ela também planeja fazer um documentário sobre o Los Hermanos e outro sobre seu pai. Essa última ideia foi influenciada pelo filme Santiago, em que João Moreira Salles retrata um mordomo de sua família. A recepção do primeiro filme de Maria, Domingos, pelo próprio João, é animadora. “É bacana a presença da gratidão, do afeto imenso por alguém responsável por apresentar a gente para o mundão”, observa o documentarista sobre a relação entre a diretora e seu personagem. O longa ainda foi elogiado por críticos como Luiz Carlos Merten e Rodrigo Fonseca e amigos como Wagner Moura. O ator ficou impressionado com a “montagem esperta e madura” que Maria deu ao filme. Mas quem a conhece bem, como Caio, não se surpreende com a habilidade de olhar o todo e tomar decisões. Maria é controladora, sabe tudo o que está rolando no ambiente, seja no camarim de Tropa 2, quando veste o figurino ao mesmo tempo em que ouve esta repórter conversar com o maquiador, seja num jantar em família. Caio associa o comportamento da mulher com uma cena de Viagem a Darjeeling (de Wes Anderson, um de seus diretores preferidos): na mesa de um restaurante, um dos personagens escolhe o prato que vai pedir e sugere também o pedido dos outros dois. “Maria dá muita risada nessa cena, acho que se identifica”, brinca ele.O que Caio mais aprecia nela é a maneira que administra a casa. Toda noite, Maria coloca os filhos para dormir, lê história para o mais velho e, em seguida, vai para a cozinha com o marido. Ele prepara shitake para ela, enquanto ela faz sanduíche de queijo com banana para ele. Apesar de estarem juntos há cinco anos, os dois mantêm uma dinâmica de apaixonados. Caio é quem telefona mais, e a chama de Maricota. “Oi, meu gatinho. Eu também te amo”, são frases repetidas várias vezes ao dia.Já o que a atraiu no ator Paulo Betti, primeiro marido de Maria, durante os ensaios de Inimigos do Povo, em 1996, foi o fato de ser um homem mais velho, politizado, inteligente, que lhe passava firmeza. Apaixonou-se quando viu que ele não se intimidava ao debater política, filosofia ou ciência com Leonídio, pai dela, Otávio, seu irmão, e José Padilha – até então, os três homens da vida de Maria. Já Paulo se encantou com a capacidade que a ex-mulher tem de ser visceral “ao mesmo tempo que é ligada também nas coisas, digamos, mais fúteis”. Lembra especialmente de quando ela passou três dias sem trocar de roupa, cuidando dos filhotes de sua cachorra, que nasceram enrolados na placenta. Mesmo separados, Paulo gosta de saber a opinião dela “a respeito das coisas práticas e poéticas”, e Maria o considera parte da família.
Filha temporã de uma dona de casa e um executivo “louquinho” – que construiu um tobogã da casa em Angra dos Reis até o mar –, Maria cresceu na alta sociedade carioca. Via a família falar inglês quando não queria que os empregados entendessem o assunto. Até hoje, ela vive perdendo suas chaves, como que resquício da época em que podia chegar em casa a qualquer hora que sempre tinha um segurança para abrir a porta. “Quando cresci, percebi que minha família era cheia de mentiras.” Aos 20 anos, ela soube, por exemplo, que um tal “primo distante” era, na verdade, seu tio, filho do avô com outra mulher. Resolveu que faria diferente: seria sincera. Hoje diz “não” quando jornalistas pedem dicas de cremes, livros ou uma “dieta milagrosa” que a fez voltar à forma depois de seu segundo parto normal – Bento, filho de Caio, tem 7 meses, e esta é a primeira vez que aparece numa revista.
A franqueza vale também para educar João. No dia desta entrevista, ela explicava para ele, ao celular: “Você não pode obrigá-lo a te emprestar o videogame. Amore, as pessoas nem sempre fazem o que queremos”, diz, referindo-se ao filho de José Padilha, diretor de Tropa de Elite e seu primo. Zé, aliás, faz questão de dizer que o teste de Maria para o papel de Rosane, em seu longa, não teve nepotismo. “Ela tem a força necessária para dar dura no Capitão Nascimento”, avalia. Tanto que, no roteiro original, Rosane era submissa, mas na tela a personagem enfrenta o marido. Isso porque, durante a preparação de elenco, Wagner Moura deu um tapa na cara de Maria, que entrou no set com raiva e mudou a história.
As pessoas próximas dizem que Maria tem personalidade forte. O pai, que não economiza adjetivos para expressar a admiração pela filha, “muito inteligente”, a chama também de “cabeça-dura”, e João, filho dela, de “brava”. Mas espontaneidade é, de fato, um consenso. E não se abala nem diante de hierarquia. Ela conta que uma vez discutiu sobre trabalho com o diretor-geral de teledramaturgia da Record, Hiran Silveira. Contratada da emissora desde 2004 – sua novela mais recente foi Poder Paralelo, que acabou em março deste ano –, considera um privilégio ter acesso a um chefe, coisa que, na Rede Globo, não viu acontecer. Formada em jornalismo e colunista da Tpm (leia seu texto na pág. 111), Maria acredita que esse contato pode levá-la a escrever para a TV.
Ela também planeja fazer um documentário sobre o Los Hermanos e outro sobre seu pai. Essa última ideia foi influenciada pelo filme Santiago, em que João Moreira Salles retrata um mordomo de sua família. A recepção do primeiro filme de Maria, Domingos, pelo próprio João, é animadora. “É bacana a presença da gratidão, do afeto imenso por alguém responsável por apresentar a gente para o mundão”, observa o documentarista sobre a relação entre a diretora e seu personagem. O longa ainda foi elogiado por críticos como Luiz Carlos Merten e Rodrigo Fonseca e amigos como Wagner Moura. O ator ficou impressionado com a “montagem esperta e madura” que Maria deu ao filme. Mas quem a conhece bem, como Caio, não se surpreende com a habilidade de olhar o todo e tomar decisões. Maria é controladora, sabe tudo o que está rolando no ambiente, seja no camarim de Tropa 2, quando veste o figurino ao mesmo tempo em que ouve esta repórter conversar com o maquiador, seja num jantar em família. Caio associa o comportamento da mulher com uma cena de Viagem a Darjeeling (de Wes Anderson, um de seus diretores preferidos): na mesa de um restaurante, um dos personagens escolhe o prato que vai pedir e sugere também o pedido dos outros dois. “Maria dá muita risada nessa cena, acho que se identifica”, brinca ele.O que Caio mais aprecia nela é a maneira que administra a casa. Toda noite, Maria coloca os filhos para dormir, lê história para o mais velho e, em seguida, vai para a cozinha com o marido. Ele prepara shitake para ela, enquanto ela faz sanduíche de queijo com banana para ele. Apesar de estarem juntos há cinco anos, os dois mantêm uma dinâmica de apaixonados. Caio é quem telefona mais, e a chama de Maricota. “Oi, meu gatinho. Eu também te amo”, são frases repetidas várias vezes ao dia.Já o que a atraiu no ator Paulo Betti, primeiro marido de Maria, durante os ensaios de Inimigos do Povo, em 1996, foi o fato de ser um homem mais velho, politizado, inteligente, que lhe passava firmeza. Apaixonou-se quando viu que ele não se intimidava ao debater política, filosofia ou ciência com Leonídio, pai dela, Otávio, seu irmão, e José Padilha – até então, os três homens da vida de Maria. Já Paulo se encantou com a capacidade que a ex-mulher tem de ser visceral “ao mesmo tempo que é ligada também nas coisas, digamos, mais fúteis”. Lembra especialmente de quando ela passou três dias sem trocar de roupa, cuidando dos filhotes de sua cachorra, que nasceram enrolados na placenta. Mesmo separados, Paulo gosta de saber a opinião dela “a respeito das coisas práticas e poéticas”, e Maria o considera parte da família.
É preciso ter graça
Há 14 anos, Maria faz análise e reclama que pensa demais. Vive se cobrando praticar atividade física e ter uma alimentação mais saudável do que as recorrentes batatas fritas. Mas hoje se sente mais jovem e leve do que na época da novela global História de Amor, quando José Mayer lhe disse: “Você é uma velhinha de 21 anos”, referindo-se à sua seriedade. “Pessoas inteligentes são difíceis de encontrar. Mulheres inteligentes e belas são uma coisa raríssima. Maria é feminina ao extremo, porém viril”, resume Domingos Oliveira, ajudando a atriz a fugir dos clichês.
Fonte: TPM
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