programa de rock – Já faz um tempinho desde o lançamento do vol. 3 – como
tem sido a repercussão do disco para vocês, ta dentro do esperado, superou ou
frustrou as expectativas ? Ou não tinham expectativas ?
Pisca: Nós não havíamos criado expectativa com relação à
repercussão, na verdade, quando lançamos o primeiro disco também não tínhamos
essa expectativa. O que acontece é que ficamos tão concentrados na produção de
um disco que nos satisfaça que acabamos esquecendo até da divulgação. O Bocão é
o que fica mais ligado nessa parte.
pdrock – E em termos
técnicos e artísticos, de composição, arranjos e produção, vocês ficaram
satisfeitos com o novo disco? Como vocês vêem este disco em relação aos outros
2 – e às demos ?
Pisca: Este disco teve uma pré-produção mais rápida que a
dos dois anteriores. Tudo foi feito em 4 dias. Nós apresentamos as músicas uns
para os outros no primeiro dia. Nesse mesmo dia começamos a ensaiar, e foi
assim até o querto dia. No quinto fomos até um estúdio e já “matamos” todas as
baterias e baixos. Lembro que tudo começou numa segunda e finalizamos a
primeira etapa numa sexta. Ou seja, a base de tudo estava pronta, não dava pra
mudar muita coisa. Os outros instrumentos e vozes foram gravados em horários
vagos nos estúdios de amigos. É um disco que nos agrada bastante.
pdrock – Por onde tocaram desde o lançamento do disco? Quais os
melhores shows, e por onde planejam tocar ainda divulgando o lançamento ?
Pisca: Nós fizemos o show de lançamento em Maceió, no Teatro
Deodoro. Fizemos também um show em Curitiba, que foi muito bom. Alguns pocket shows.
Estamos com planos de fazer vários shows pelo sudeste. Várias pessoas que
curtem o nosso som tem mandado mensagens através de redes sociais, e através de
vídeos do youtube, perguntando quando faremos shows em São Paulo, Rio,
Vitória/ES (que é uma cidade que nunca tocamos), Salvador ... vamos fazer o maior
número de shows possível, porque funcionamos melhor no palco. Vamos nos
organizar pra tentar levar este novo show para outras capitais.
Pisca: O Mopho já fez show em Aracaju, mas eu não estava
nesta formação.
Pisca: Eu conheci o João quando ele já estava morando em
Maceió. Eu tocava numa banda de blues chamada Água Mineral. Vi ele tocando
em outra banda de blues, e achei ele um grande guitarrista e vocalista. Então
chamei ele pra tocar conosco. Ele nos mostrou algumas canções dele e nós
começamos a trabalhar nelas. A banda era um quinteto e se transformou num trio:
Eu, João e o baixista Alessandro Arú (hoje baixista do Messias Elétrico). O João
tocava numa banda cover dos Beatles – onde o Bocão era o baixista – antes de sair de Arapiraca para morar em
Maceió.
Pisca: O cenário musical em Maceió naquela época estava
fervendo. Tinha um monte de bandas querendo fazer as próprias música. Mas havia
uma grande influência do Manguebit, que nós adorávamos também, mas não tinha
nada haver com o nosso som. Lembro que uma vez alguém comentou que nós
“mofaríamos” se continuassem tocando Led Zeppelin, Deep Purple, Mutantes e
todas essas coisas velhas que gostamos. Esse foi um dos motivos pra colocarmos
o nome Mopho, o outro foi que o João tinha ouvido um disco do U2 que tinha uma
música chamada “Mofo”.
Pisca: O Calanca continua sendo um grande amigo nosso. Como
eu moro em São Paulo, de vez em quando eu faço uma visita a ele. Mas depois do
lançamento do disco eu ainda não conversei com ele não.
pdrock – Qual a relação da banda com as novas tecnologias –
acreditam ainda no conceito de álbum lançado em mídia física ou acham que o
futuro é mesmo digital e “virtual”? O que o Mopho planeja para o futuro neste
sentido – haverá um Vol. 4 ?
Pisca: Nós acreditamos, principalmente, no poder da canção.
Acreditamos que uma boa canção soa linda quando tocada com apenas um violão
ou piano, ou o que for, mas tocada da maneira mais simples. Pode parecer um
ponto de vista velho e ultrapassado, mas é por onde começamos a compor. Depois
colocamos tudo aquilo que achamos legal. O formato na qual onde esta canção vai
ser divulgada, comercializada, distribuída, não importa muito pra nós. Mas
adoramos um bom disco de vinil.
pdrock – Vocês, como músicos/artistas, dedicam-se, hoje,
exclusivamente ao Mopho ou há projetos paralelos ? Se sim, fale-nos do que se
trata.
Pisca: Eu moro em São Paulo e trabalho num estúdio.
Atualmente tenho vários projetos como músico, um dele com minha esposa que é
flautista e pianista. Tocamos muita música brasileira e cubana (pois ela é de
Cuba). Mas minha prioridade é o Mopho.
pdrock – Espaço aberto para as considerações finais e para falar
algo que considerem importante e sobre o qual não foram questionados.
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