Tamos aí no aguardo dessa mais-que-provável nova pérola de Tim Burton. Tom leão, do O Globo, não curtiu, mas foda-se, boto fé que vai ser do caralho, até porque críticos gostam de falar mal de coisas "hypadas", faz eles se sentirem mais poderosos. E além do mais, eu curti, de Tim Burton, até a tão execrada refilmagem do Planeta dos Macacos. Vai ver é porque eu sou "pouco exigente" ...
Abaixo, a crítica:
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Alice no País das Maravilhas - Apesar do visual deslumbrante, filme decepciona
Por Tom Leão
Para O Globo
Este era um dos títulos iniciais de "Alice in wonderland", de Tim Burton, que estreia aqui na semana que vem: "Almost Alice" (Quase Alice). Porque o filme, a mais nova extravagância em 3D há três semanas no topo das paradas americanas e já com mais de US$ 250 milhões arrecadados (que foi o seu custo estimado, aliás) e o dobro disso no mercado internacional, é uma quase versão do clássico de Lewis Caroll e um quase filme de Tim Burton. Porque o diretor, afeito a filmes fantásticos/fantasiosos (como a refilmagem correta de "A fantástica fábrica de chocolate" e o seu clássico "Edward mãos-de-tesoura", por exemplo), tentou ser original e, em vez de recontar o conto original, fez uma espécie de continuação, mostrando uma Alice mais velha, 13 anos depois da primeira vez na Wonderland .
O resultado é visualmente deslumbrante (e nada brega, como o visual azul "psy trance" de Avatar), mas é o filme com menos coração e emoção de Burton. Até mesmo o seu ator-assinatura, Johnny Depp (como o Chapeleiro Louco, aliás, ele precisa dar um tempo nestes tipos e interpretar alguém real de vez em quando) está mais ou menos. A própria protagonista, a ótima Mia Wasikowska, também não brilha tanto, contracenando com telas azuis. Quem rouba as atenções, no fim das contas, é Helena Bonham-Carter, como a malvada Rainha Vermelha (aquela do "cortem-lhes a cabeça!") ou as criaturas criadas por animação computadorizada, como a lagarta, o coelho e o gato.
Um outro problema de "Alice" é que, por motivos comerciais, ele envereda mais pelo filme de ação da metade para o fim, ganhando um jeitão de "Narnia" ou soando como uma versão feminina de filmes do tipo "O senhor dos anéis". A fantasia ao estilo medieval acaba suplantando o cenário original de Caroll, que beirava a psicodelia e ia mais fundo na imaginação, nos delírios. Em certo ponto, o filme torna-se esquemático e seu roteiro derrapa. Resta ao espectador a maravilhosa experiência visual (que o 3D realça, mas às vezes também atrapalha). Contudo, neste caso, o 3D de "Avatar" tinha mais a ver com a história. Aqui, soa apenas como mais um recurso para confeitar o bolo.
No fim, fica uma certa decepção, já que não havia outro diretor no mundo mais indicado para fazer este filme do que Tim Burton. Mas, parece que ele deixou morrer o garoto sombrio que vivia dentro dele e virou um diretor esquemático. Mesmo em seu pior filme, o remake de "Planeta dos macacos", havia um certo humor bizarro, que aqui não há. Mas, como diversão na sala escura. "Alice" será um bom programa para os menos exigentes. Sucesso ele já é.
Um comentário:
Concordo contigo. Se o povo do Globo falasse bem é porque ia ser uma merda. Eles só elogiam coisa quem tem mal acabada siliconada globenta.
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