
O ULTIMO REI DA ESCÓCIA: Excelente interpretação de Forrest Whitaker no papel do megalomaníaco Ditador de Uganda Idi Amin Dada. O filme utiliza-se do conhecido (e sempre bom, quando bem executado) expediente de criar personagens fictícios para romancear fatos reais – no caso, fatos reais E assustadores, como quase tudo o que vem da África, o continente esquecido, aliás. Conta as "aventuras" de um jovem medico escocês (entediado) que resolve partir para o ponto mais remoto que consegue encontrar no globo terrestre a procura de novas experiências e, de quebra, dar algum sentido a sua vida vazia – o famoso "fazer a diferença". Lá se depara por um acaso do destino com o Ditador recém auto-empossado de Uganda, cai em suas graças e passa a ser envolvido numa teia de intrigas políticas e violência. Perde a inocência e cai na real. Por pouco, tarde demais. Excelente fotografia de cores fortes, apropriadas para o cenário.
BORAT: Sensacional, fantástico, excelente. Sacha Baron Cohen é um gênio da comédia. Certamente um dos filmes mais engraçados já feitos – e tirando uma onda braba com a cara dos americanos, o que é melhor. Imperdível, não deixe de ver.

PECADOS ÍNTIMOS: Drama sobre o tédio e o aprisionamento involuntário que os casamentos quase sempre provocam e a necessidade que, uma hora ou outra, todos sentem de "pular a cerca" e, quem sabe, se sentir vivo e desejado outra vez. Poderia ser um filme chato, mas não é. Poderia ser pesado, mas também não é. Em vários momentos é leve e divertido, apesar da tensão representada pela iminência da traição permanentemente no ar. É uma espécie de "Desencanto" (filme clássico de tema parecido de David Lean) do século XXI. A Historia paralela do tarado pedófilo é excelente e comovente. Excelentes atuações de todo o elenco. Não deixe de ver.
CARTAS DE IWO-JIMA: Um daqueles "filmes de guerra" históricos impecáveis. A idéia de Clint Eastwood de filmar o outro lado do campo de batalha foi louvável, esperta e muito bem executada. E muito respeitosa também. Em nenhum momento os japoneses são demonizados, muito pelo contrário, o filme passa aquela conhecida sensação de que todos ali, dos dois lados do campo de batalha, são na verdade iguais em sua essência como seres humanos e estão em campos opostos apenas como peões de um complicado jogo de xadrez arquitetado por seus líderes em nome de supostos interesses nacionais. A narrativa é centralizada na figura do General Tadamichi Kuribayashi, comandante da defesa da ilha, mas flash-backs muito bem colocados enfocam a vida dos soldados comuns tolhidos pela espiral do conflito. Excelente.

PEQUENA MISS SUNSHINE: Tudo o que eu disser aqui vai fazer parecer que esse filme é um apanhado de clichês, e pode ser que seja. Mas a verdade é que é comovente e é muito bom. Todos entregam atuações impecáveis na História da menina feinha e gordinha que sonha em ganhar um concurso de Beleza infantil e da família que embarca em seu delírio para não decepcioná-la. A garotinha que faz a protagonista realmente mereceu a indicação para o Oscar de melhor atriz. Arrasou. E a mãe é Toni Colete, de quem eu sou fã desde o fantástico "cult movie" "O Casamento de Muriel". Além do mais, acho ela muito bonita.
MOTOQUEIRO FANTASMA: para não parecer que eu só assisti filmes bons, teve esse aqui. Fui ver porque curto quadrinhos e o visual apresentado no material promocional era promissor. Mas o filme é ruim que só. Pegaram um anti-herói semi-obscuro e anti-convencional da Marvel dos anos 70 e o transformaram num diversão chicletuda Hollywoodyana da pior espécie. O vilão é inacreditavelmente ridículo. Nicholas Cage é um ator de merda. Só não é um lixo completo porque o visual é realmente muito bom e a mocinha é extremamente gostosa e usa decotes generosos. Fora isso, mantenha distancia.
BABEL: Torci por esse filme no Oscar. Acho que o justo teria sido premiar Scorcese como melhor diretor (mais por uma questão de justiça histórica) e Babel como melhor filme. Mas anyway, nevermind, tanto faz. Não é tão bom quanto AMORES BRUTOS, mas é melhor que 21 GRAMAS. Segue a mesma estrutura (caso se repita mais uma vez no próximo filme, engrossarei o coro dos que acusam o diretor de repetir uma fórmula) de Histórias que se cruzam. Acontece que as Histórias se cruzam MUITO bem. É a Teoria do caos explicada da forma mais simples e didática possível. E tem Brad Pitt né ? Lindo, e excelente ator.
OS INFILTRADOS: É bom, mas não está, de forma alguma, entre os melhores filmes de Scorcese. E é confuso, não entendi muito bem a trama. Preciso ver de novo, quem sabe não melhores se eu encontrar o fio da meada ?





