Durante nove dias uma carreta militar transportando as cinzas do
Comandante Fidel Castro atravessou Cuba de ponta a ponta, de Havana a
Santiago, refazendo, em sentido contrário, a trajetória da Coluna
Heroica chefiada por ele que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista em
1959. No sábado, 3 de dezembro, a urna contendo os restos mortais de
Fidel foi recebida na Praça Antonio Maceo, em Santiago, por uma multidão
de centenas de milhares de pessoas, entre as quais se encontravam
chefes de estado e personalidades vindas de todos os continentes. O
Brasil estava representado pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e
por uma pequena delegação formada por sindicalistas, lideranças de
movimentos sociais e jornalistas.
Às sete horas da manhã de domingo, dia 4, a urna foi sepultada no
cemitério Santa Efigênia, em uma cerimônia fechada, da qual participaram
apenas os familiares de Fidel e os presidentes Nicolás Maduro
(Venezuela), Daniel Ortega (Nicarágua), Evo Morales (Bolívia) e os
ex-presidentes do Brasil Lula e Dilma. Ao invés de um mausoléu, as
cinzas do Comandante foram depositadas em uma cavidade de um bloco de
granito e cobertas com uma placa de mármore negro sobre a qual está
gravada uma única palavra: “Fidel”.
A simplicidade e o recato da cerimônia cumpriam determinação do
próprio Comandante, que exigiu, horas antes de falecer, que seu nome e
sua figura “nunca fossem usados para denominar instituições, praças,
parques, avenidas, ruas ou outros lugares públicos nem erigir em sua
memória monumentos, bustos, estátuas e outras formas de tributo”.
Fernando Morais
Nocaute
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