segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

FIDEL

Durante nove dias uma carreta militar transportando as cinzas do Comandante Fidel Castro atravessou Cuba de ponta a ponta, de Havana a Santiago, refazendo, em sentido contrário, a trajetória da Coluna Heroica chefiada por ele que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista em 1959. No sábado, 3 de dezembro, a urna contendo os restos mortais de Fidel foi recebida na Praça Antonio Maceo, em Santiago, por uma multidão de centenas de milhares de pessoas, entre as quais se encontravam chefes de estado e personalidades vindas de todos os continentes. O Brasil estava representado pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e por uma pequena delegação formada por sindicalistas, lideranças de movimentos sociais e jornalistas.

Às sete horas da manhã de domingo, dia 4, a urna foi sepultada no cemitério Santa Efigênia, em uma cerimônia fechada, da qual participaram apenas os familiares de Fidel e os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela), Daniel Ortega (Nicarágua), Evo Morales (Bolívia) e os ex-presidentes do Brasil Lula e Dilma. Ao invés de um mausoléu, as cinzas do Comandante foram depositadas em uma cavidade de um bloco de granito e cobertas com uma placa de mármore negro sobre a qual está gravada uma única palavra: “Fidel”.

A simplicidade e o recato da cerimônia cumpriam determinação do próprio Comandante, que exigiu, horas antes de falecer, que seu nome e sua figura “nunca fossem usados para denominar instituições, praças, parques, avenidas, ruas ou outros lugares públicos nem erigir em sua memória monumentos, bustos, estátuas e outras formas de tributo”.

Fernando Morais

Nocaute

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