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| A farra continua ... |
A imagem ao lado é recente e retrata uma típica noite de
rock no Circo Voador, lendária casa de espetáculos carioca cravada ao lado dos
arcos da lapa. Tem muita história. Está em cartaz, nos cinemas – em Aracaju no
Cine Vitória, simpática sala com uma programação diferenciada, alternativa,
localizada na Rua do turista, no centro da cidade – um precioso resgate do início,
revolucionário, dessa história ...
“A Farra do Circo”, documentário dirigido e magnificamente
montado por Pedro Bronz e Roberto Berliner inteiramente a partir de fotos e imagens em VHS filmadas por este último na época
– 1982 a
1986 –, nos dá a perfeita dimensão do que foi aquela verdadeira versão
brasileira do “verão do amor”, quando uma trupe de malucos resolveu montar um
circo cultural libertário e anárquico em plena praia do arpoador. Foram
expulsos, mas se transferiram para o bairro boêmio da Lapa e estão lá, até
hoje.
Foi importantíssimo para o surgimento e fortalecimento da
geração anos 80 do rock nacional, mas sua proposta ia muito além. Sempre teve
de tudo, no circo, e o filme deixa isso muito claro, com trechos de apresentações
de Alceu Valença, Paralamas do Sucesso – tocando “Veraneio Vascaína”, do Aborto
elétrico, depois gravada em disco pelo Capital Inicial -, Dercy Gonçalves, Barão
Vermelho, Caetano Veloso, Sergei, Orquestra Tabajara, Blitz, Eduardo Dusek, Claudio Zoli e João Penca e seus Miquinhos Amestrados (com Leo Jaime na formação). Registra também a colaboração dos hoje consagrados Gringo Cardia e Deborah Colker, além da realização de recitais de poesia com Chacal e Paulo Leminsky e apresentações de diversos grupos de dança e teatro, dentre eles, e
principalmente, o Asdrúbal trouxe o trombone, mítica trupe que revelou Evandro
Mesquita, Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé – que aparece, inclusive, numa
das cenas, com deliciosos e durinhos peitinhos à mostra, em cima do palco ...
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| Ratos no circo ... |
“Esse lance
da gente com as empresas, multinacionais, toda a coisa de patrocinador, a gente
nunca se entendeu direito, a gente nunca combina, pois são ideologias muito
diferentes. É verdade. A gente não está atrás da grana. A gente é mais um risco
no papel, não sabe direito o que vai acontecer no fim. Então é evidente que a
gente não dá o resultado esperado, tudo certinho no papel. A gente tem prazer,
e as organizações não têm a volta desse prazer. Então elas não estão erradas: a
gente quer uma coisa, tem um objetivo, e elas têm outro. Estou totalmente de
acordo que elas tenham saído fora. De verdade, acho mesmo, acho certo. A gente
não vai dar aquilo que elas querem. O Circo Voador é uma energia que está no
ar. Por mais que tirem nosso tapete, a gente nunca cai, porque a gente voa, ou
a gente cai na nossa mãe, que é a Terra, que está voando, num salto no vazio,
um salto pro desconhecido, que é o que nos interessa, não interessa fazer o que
a gente já sabe.”
Ao final, Perfeito Fortuna anuncia para o domingo seguinte a
presença de Agnaldo Timótio, não sem antes lembrar a todos que no dia seguinte Raul
Seixas se faria presente.
Antológico!
Clique AQUI para ler meu relato sobre a primeira e, por enquanto, única vez em que estive no Circo Voador ...
2014
| 01:34:00
Créditos:
Direção Pedro Bronzprodução executiva Rodrigo Letier
montagem Pedro Bronz, edt
coordenação de produção Lorena Bondarovsky e Leo Ribeiro
pós-produção Anna Julia Werneck
imagens Roberto Berliner
pesquisa Patricia Pamplona
finalização de imagem Hebert Marmo
edição de som e mixagem Denilson Campos
co-produção Canal Brasil
patrocínio SEC/RJ e Riofilme
apoio Pavê
A.
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