O mesmo Jello Biafra comentou uma vez que a proposta da banda era interessante, mas que seria perfeita caso eles conseguissem conciliar no próprio som, e não em vinhetas, o metal com as influências dos ritmos africanos. Ele se referia às fitas demo e ao primeiro disco, o ainda tosco, musicalmente falando – porque conceitualmente eles sempre foram e sempre serão toscos – “Welcome to terreiro”. Pois bem: aconteceu! Depois de um grande salto evolutivo no segundo disco, o já citado “smells”, e no EP subseqüente, 666 – lançado no dia 06/06/2006, “El dia de la bestia” – a fusão se materializou de forma perfeita no novo “artefato” (para usar uma denominação comum entre as hostes do metal negro), “se Deus é 10, Satanás é 666”. Trata-se de uma sessão de culto ao esporro gravada por Tuta e Diogo Macedo no EmeStudios, com mixagem e masterização a cargo de Rodrigão Duarte no estúdio DuBrou’. Nas percussões, Elijan Rodrigues e Anjo Caldas, percussionista de Elba Ramalho e da banda Catapulta. A incorporação definitiva da percussão ao som da banda, por sinal, foi decisiva para que o ebó ficasse, finalmente, completo.
A consagração desta nova fase, depois de inúmeras turbulências e trocas de formação, acontecerá em breve com o lançamento do DVD “Desagradável”. O disquinho virá com um documentário que passará a limpo toda a trajetória dos malditos e com a íntegra de uma apresentação gravada em São Paulo, no “Inferno” (onde mais?), na noite do dia 03 de dezembro de 2011. O show foi captado com câmeras full HD e iluminação profissional que, unidas à cenografia do palco, resultou numa sucessão de imagens macabras que englobam todo o universo sombrio da Macumba, criando assim um ambiente perfeito para o registro de uma performance única onde as entidades da Gangrena interagiram ao vivo com efeitos especiais do mestre André Kapel Furman, conhecido por sua participação na produção do último filme de Zé do Caixão, “A encarnação do Demônio”. Rolou também uma participação especialíssima do Jão, guitarrista do Ratos de Porão, relembrando seus tempos de “crooner” e caracterizado como pai de Santo para fazer os vocais em "Benzer até Morrer/Kurimba Ruim", versão gangrenada de dois clássicos dos mestres do Hard Core tupiniquim. Nada mais justo, já que é público e notório que a Gangrena nasceu única e exclusivamente, a principio, com o intuito de, um dia, abrir um show do Ratos de Porão.
VICE: Então, como foi que vocês se conhecerem e rolou a ideia de fazer o documentário?
Angelo Arede (Zé Pelintra): O Chorão, que era o vocalista na época, entrou em contato com o Fernando Rick porque ele é um fã muito fervoroso do Ratos de Porão. Ele viu o documentário Guidable, ficou impressionado e escreveu uma carta.
Fernando Rick (Black Vomit): Eu fui surpreendido por um e-mail, que, se imprimisse, daria umas dez páginas, comentando take a take do documentário. E eu nem recebi o e-mail diretamente, era a produtora que filtrava as mensagens, e ela me passou. No meio da carta ele até comentava que havia formado uma banda pra abrir pro Ratos de Porão. No final, assinava, “Chorão, Gangrena Gasosa”. Na hora eu pensei: Caralho, o cara do Gangrena! A gente tem que fazer alguma coisa juntos. Aí eu entrei em contato com o Angelo e falei: “Velho, vamos fazer um trampo juntos e tal"...
Engraçado que vocês tenham montado a banda na época pensando em abrir pro Ratos e eles também tenham indiretamente colocado vocês em contato com a Black Vomit...
Angelo: Pois é, cara, o link é sempre o Ratos, porque tem aquele negócio de banda às vezes falar que não tem influência… Porra nenhuma! A banda foi feita por causa do Ratos de Porão mesmo, pra abrir pra eles. O projeto do documentário já vem se desenrolando desde 2010, quando começamos a organizar a parada. Nesse meio tempo aconteceu um monte de coisas, deu tempo até de o Chorão sair da banda.
Por conta desse lance de vocês mexerem com macumba, é louco ver o documentário e perceber como vocês se tornaram ímãs de situações malucas, lendas, ataques...
Tem muita lenda em torno da Gangrena… Tem lenda de falar que o Paulão, antigo vocalista que fez uma participação no show comemorativo do Circo Voador, tinha morrido. Na verdade, ele não morreu, apenas sofreu um atentado [risos]. E atribuem umas coisas à nossa passagem pelos palcos, tipo fechamento de casas de show depois de terem aberto espaço pra gente tocar. A recorrência dos fatos acaba fazendo com que muitos acreditem que trazemos maldição.
Gê Vasconcelos (Pombagira Maria Mulambo): Falaram até que o Chorão saiu porque estava com AIDS...
Angelo: A criação da Gangrena se deu numa época e num contexto em que o Rio de Janeiro fervilhava de bandas na cena underground, e dali saíam as histórias reais, aumentadas, e as lendas mais loucas. As lendas, o que aconteceu e o que não aconteceu, nada disso importa tanto... O que importa é que, naquela época de suruba musical no Brasil, de forrócore e manguebeat e Mamonas Assassinas, só a gente se meteu com temáticas macabras. Fomos originais porque isso é uma coisa que nego nem copia porque tem medo, né… A gente achou que não tinha medo também… Todo mundo passou por situações tensas de piscar o cu. Ainda hoje em dia já deixamos de tocar em vários festivais porque o pessoal acha que a gente mexe com uma energia muito pesada.
Rocco (Omolu): A gente foi banido de festival de banda de Black Metal, mermão! De show com Krisium e RDP no line-up, banda que invoca o diabo e tem medo da Gangrena Gasosa.
Angelo: É que quando o cara ouve as palavras SA-TA-NÁS, Pomba Gira, Exú Tranca Rua, é diferente... Você tem a moral de mexer com o Exu?
Minoru Murakami (Exu Caveira): Mas pra macumba, na real, nem tem esse negócio de Satanás. Macumba não tem essa coisa definida de bem e mal. Ela age, na verdade, com as duas forças, tanto é que o Exu faz o que você quer…
Angelo: Nós inclusive não pudemos realizar a turnê europeia agora no final de 2012 porque… Apertem os cintos, o produtor sumiu! Estava tudo certo, todo mundo com o passaporte na mão… Era o mesmo cara que tinha feito a nossa primeira turnê, que até aparece dando entrevista no documentário — ele, por sorte, esteve de passagem no Rio de Janeiro enquanto gravávamos, fazendo o backline do Jello Biafra. E o Jello Biafra também tem uma história com a Gangrena, entendeu? Enfim, daí o cara se empolgou, lembrou daquela época, quis armar a turnê, só que a três meses da data, ele sumiu do mapa.
Rocco: A gente não sabe se o cara também morreu por maldição…
Angelo: Nada, eu fui pesquisar lá no Facebook, não morreu, não! [Risos] Já o cachorro dele morreu, não sei se ele entrou numa depressão, ficou preocupado e resolveu não mexer com essa porra de maldição pensando que era um sinal...
Vocês meteram o bedelho na produção do documentário e das entrevistas?
É engraçado, cara, as histórias vão se montando. Foram os participantes dessa época toda, com seus depoimentos, que deram o formato. E o Fernando Rick foi muito feliz na edição, no ritmo que ele impôs, que pega todo o clima do começo da banda, da evolução musical. As histórias já são loucas por si só, o lance é saber contar – e ele soube. E estamos lançando numa época boa, são 23 anos de banda, entrando numa nova fase.
Qual era o problema da vida de vocês antes de formar a Gangrena Gasosa?
Já era o rock e o metal. A Gangrena Gasosa nasceu da fusão da banda Ódio com o Vermes da Lepra [risos]. É verdade… Aí colocaram Gangrena Gasosa pra ficar mais leve, os outros nomes eram muito pesados…
Rocco: Eu era fã da Gangrena. Cheguei a pular o muro do Circo Voador pra ver os caras abrindo pro Ratos de Porão, quando tinha 15 anos.
Angelo: Eu também era fã. É aquele tal negócio, galera do subúrbio, tudo fervilhando, a cena do Garage com as ideias estourando.
Rocco: No subúrbio a cena era muito mais prolífica do que na Zona Sul, era muito forte, tinha muita gente, muitas bandas, a galera se encontrava…
Angelo: Eu fazia parte de um grupo de death metal/splatter, que era o Erosive Exhumation. Tinha o Imperial Death, o Turíbulo, banda de trash. Turíbulo é aquele incenso que o padre usa lá, aquela parada, sabe?
Rocco: Sem falar no Pussy Violator, que depois virou só Violator. Isso em 1990.
Angelo: Então a Gangrena era um apanhado das pessoas que cercavam a banda, só tinha os mais loucos, os mais politicamente incorretos.
Fernando: Lá no Rio não rolava a segregação de estilos que tinha em São Paulo. Tinha metal, tinha Funk Fuckers, depois Planet Hemp, e lá, até hoje, isso é a coisa mais normal do mundo, até o Rogério Skylab tocava junto. Era rap com metal, pop-rock, rockabilly... Isso em São Paulo era impossível de acontecer.
Angelo: Pra gente, isso facilitou porque nós transitamos no meio de qualquer doidão. Aqui em São Paulo a gente toca com banda de new metal. A galera do new metal não tem por que não gostar do som, aí vai junto.
Pelas minhas contas, já passaram 15 integrantes pela formação, é isso?
Não é todo mundo que aguenta o baque. Tem esse negócio de entra-e-sai na Gangrena, mas é igual time de futebol. Antigamente tava todo mundo louco o tempo todo, tensão, a gente não trocava uma ideia de boa que nem tá rolando aqui.
E essa coesão que você cita vai surpreender a gente com alguma novidade boa a caminho?
Depois do Desagradável e dos shows promocionais, vamos lançar o próximo álbum, no começo de 2014, e já temos várias músicas sendo trabalhadas.
Esse nome que vocês deram ao filme é resposta a algum desafeto específico?
A gente é a peça mais torta do negócio, até quem é doidão, quem é revoltado, que se acha diferente, fica incomodado com a Gangrena. Daí o nome do filme, Desagradável.
Vocês conseguiram encher o saco até do pessoal da contracultura, tipo aquele quadrinho que gerou acusações de sexismo.
Veja essa história do quadrinho do Allan Sieber, que ilustrou nosso encarte. Quando fizemos a nossa primeira turnê na Europa, o negócio rolou no circuito punk, que na verdade não era o nosso circuito. Mas acabamos nos apresentando como uma banda de hardcore que puxava pro metal. Mas o Smells Like a Tenda Espírita era muito hardcore. Então eles achavam que era uma banda punk, normal. Até mesmo porque, nesse disco, a percussão não estava tão na cara como está agora. A gente foi lá tocar e o pessoal curtiu pra caramba, só que tem uns loucos que sempre gravitam em torno da Gangrena, e um deles é o Allan Sieber. Ele fez uma história em quadrinho e, na hora que a gente viu, era óbvio que tinha que ir pro encarte do CD! A história trazia a mulher de um astro do rock, famoso, e o cara não queria comer a mulher… Não sei por qual coincidência, o nome desse artista era Lulu. Aí acabou que a mulher andava pela rua quando veio e Exu Tranca Rua e enrabou ela. Ela foi toda estropiada no médico, que fez um fist-fuck nela pra pegar uma amostra, tirou um pedaço do cu da mulher, botou num microscópio e falou: “Ih, filha, cê tá fudida, pegou gangrena gasosa no cu!”. Foi o bastante pra essa galera da Europa, do circuito punk, vir com aquela coisa de “não ao sexismo”. Mas como você vai explicar pro cara que aquilo é quadrinho de gente louca?! Daí o negócio foi encarado de uma forma que acabamos cercados por feministas em um dos shows, elas olharam o CD e vieram questionar. Isso foi em maio de 2001. Já nos lugares de metal nós fomos recebidos com mais naturalidade. Dava pra vender o CD com encarte. A gente chegava e perguntava, e quando o show era num point mais punk, tirávamos o encarte. Chegamos a ser perseguidos por um monte de ativistas, fugimos pra dentro do camarim e cada um se armou com o que pôde – pedestal, estante de bateria – esperando a hora do hadouken. Tínhamos até uma arma de defesa especial, um porrete de alta precisão, o nosso amigo PAP.
Gê: O percussionista na época levou um porrete, que ganhou o nome de PAP, porrete de alta performance.
Angelo: Isso, alta performance! Na alfândega, o cara perguntava e ele dizia que era de percussão.
E aquela fita do Fábio, dono do clube Garage? No documentário ele conta uns acontecimentos bizarros pra cima dele por ter sido o mentor da Gangrena. Até a morte dele parece que foi prevista por uma entidade, né?
Minoru: O Fábio, do Garage, na verdade já estava doente há muitos anos. Ele era diabético, perdeu a visão por conta disso. Ele não se cuidava, perdeu um pedaço do pé. Então ele já vinha de uma certa decadência.
Fernando: Não ameniza, não! Segundo o Exu que apareceu pra ele, ele começou a ficar doente por ter dado apoio pra Gangrena!
Rocco: Vai ver que o cara estava doidão de Big Mac.
Angelo: Eu acho o seguinte, o Fábio viveu intensamente do jeito que ele quis e pagou o preço que desejou pagar.
Minoru: Pagou com a diabetes, ele bebia refrigerante pra cacete…
Rocco: Na véspera da internação, ele foi no McDonald’s e comprou os três maiores sanduíches que tinha, com vários acompanhamentos, e disse: “É a minha despedida, vou me internar amanhã”.
Esse maluco merecia um documentário só com a história dele!
Angelo: Certamente, mas já está sendo feito aí... O Fábio era o pai de todas as bandas do Rio. Não existia uma banda que ele não tivesse empurrado, de Planet Hemp a Los Hermanos e Matanza, todas foram apadrinhadas por ele. O Fábio deixava qualquer banda tocar.
Rocco: Não só o nosso, mas o primeiro show de todo mundo na cidade foi no Garage. Era a casa mais conceituada, todo mundo que formava uma banda almejava tocar lá.
Minoru: Nem era a mais conceituada! Era a única!
Angelo: O Fábio marcava show de power metal já na virada de 1970 pra 80. Ele discotecava no Caverna...
Como era a cena carioca antes da geração de bandas do Garage?
Angelo: Antes do Fábio e da cena dos anos 1990, o que tinha eram umas bandas tipo o Azul Limão, Taurus. Isso é uma fase que não é contemporânea nossa. Agora, o underground no Rio de Janeiro, se não fosse pela iniciativa do Fábio, não teria sido a mesma coisa, a cidade estaria ouvindo só pagode hoje.
Rocco: As pessoas começavam a frequentar o lugar pra curtir som, ouvir vinil. O barato era baixar no Garage pra ver o novo VHS do Slayer. O Kreator, quando veio a primeira vez, foi ele quem trouxe, na quadra da Estácio, a escola de samba.
Atualmente são sete negos na banda. Num esquema independente, às vezes pesa...
Rocco: As pessoas cobram muito que a gente toque fora do Rio. Pelas redes sociais, a gente tem pedidos de pessoas de Pernambuco, do Sul, de Manaus. Aqui em São Paulo tem um bom público também.
Angelo: Dois produtores do Macapá entraram em contato com a gente, mas parece que quando eles veem que são sete integrantes, sete passagens, mais o som…
Os apetrechos pra fazer aquele tradicional despacho no palco, cenografia...
Tem essa parte que não pode ficar sem a devida atenção, né… Nós precisamos comprar os materiais de macumba, os alguidares. No show o pessoal precisa tomar aquele banho de farinha com pipoca, galinha, tem os efeitos especiais.
Rocco: Além do visual todo, tem o lance da cenografia que as pessoas cobram. As pessoas vão ao show da Gangrena pra receber o despacho, comer o frango no palco, tomar a cachaça!
Mas vocês tiveram uma fase Lick it Up, né? De tentar desencanar do visual e da encenação e focar só no som...
Angelo: Foi importante também essa fase Lick it Up, sem o visual e a macumba, pra focar na música, reciclar. Porque você chega num ponto em que as ideias mudam e você quer mostrar outras coisas. De toda forma, eu sempre fui contra.
Rocco: Na minha opinião, esse período foi legal pra mostrar que a gente não era uma banda reduzida ao visual. Sem visual, tem pressão também! O grupo tinha que se livrar do estereótipo.
O Dado Villa-Lobos ter gongado o disco de vocês ali, prontinho pra ser lançado, foi um tiro no pé, fala aí?
Angelo: Depois do Welcome To Terreiro, que é de 1992, veio a fase em que eu entrei na banda, em 94, quando gravamos Cambonos From Hell, a demo tape. Nossa, a gente achava que tinha um contrato firmado com uma subsidiária da EMI – no caso, era a Rock It! do Dado. Eu não participei da reunião, mas o que o Chorão e o Vladimir disseram foi que eles chegaram lá empolgados pra mostrar pro Dado e o cara vetou na lata. Ele conta a versão dele no documentário, mas os caras disseram que ele simplesmente falou: “Cara, eu não lanço death metal”.
Porra, mas quando ele lançou o disco de estreia já não era death metal? O que ele achou que era?
Antes ele considerava punk rock, um quas, quas, quas, um sonzinho alegrinho. Tanto é que o Welcome to Terreiro virou clássico pelo valor histórico, mas a guitarra é quas, quas, quas [risos].
[Nessa hora os caras começaram a rir muito do termo “quas, quas, quas” e começam a cantar “Trem das Onze”, fazendo barulho e falando ao mesmo tempo por alguns minutos…]
Gê: …Eu nunca ouvi alguém falar isso!
Angelo: Retomando… Foi uma fase de muito ódio, muita raiva, sabe como é? Apertamos o botão do foda-se. E acabou funcionando, porque saiu o Smells Like a Tenda Espírita que é um clássico também, né, cara. Um ótimo disco. No Welcome o que rolou foi que a banda teve que aceitar vender um álbum sem guitarra! Transformaram a obra no que eles queriam. Enquanto, na verdade, o que queríamos fazer nessa época já era algo na linha do Smells. Os caras da Rock It! viraram as costas, acabou o esculacho, acabou a brincadeira, atropelamos com despacho e timbalada de caveira.
A ideia “Gangrena Gasosa” eu sempre achei genial, pelo contexto geral do conceito, da proposta, independente de religião. Eu desde o começo pensava nisso como uma ideia pra ser melhor aproveitada.
Angelo: Mas esse é o mote, evoluir artisticamente. A formação já teve cinco, depois teve seis, agora somos em sete. Meu sonho é botar umas 30 pessoas fazendo esporro no palco. Vai rolar um show comemorativo ainda, com vários negos no palco, no lançamento do DVD, todos os integrantes importantes estarão: Sid, Paulão, Elijan, Chorão.
Angelo: Inclusive eu e o Magrão, um dos bateristas que passaram pela banda, compositor das linhas de bateria do Smells e de muitas letras, pensamos em fazer uma revista em quadrinhos com as histórias. Tipo Contos da Cripta, mas aí traria histórias do Curupira, da Mula Sem Cabeça. Só que isso é um projeto que demanda tempo e um dinheiro que não temos agora. Musicalmente a ideia é ampliar, tem que ter vários percussionistas, evoluir muito mais o conceito. Pensa bem, não tem troço mais pesado do que você ir num ensaio de escola de samba, aquilo é uma porrada! Imagina isso no hardcore, trinta pessoas tocando, guitarra pesada! No Circo Voador já rolou uma experiência boa com quatro vocalistas, os dois originais e nós.
Gê: Que inclusive disseram que nunca mais tocariam juntos, e tocaram.
Rocco: É, falaram que iam sair na porrada se encontrassem, que ia sair tiro, que ia pegar a peixeira. Chegou na hora todo mundo se abraçou, berrou pra caralho junto, a plenos pulmões, amarradões: “Vamos fazer de novo! Quando é o próximo?”.
Ouvi dizer que vai rolar um projeto acústico também. É pra valer?
Angelo: O projeto do acústico é pra valer, nós vamos fazer, vai sair uma coisa ousada e queremos que fique mais pesado do que as versões elétricas. Isso aí é mais pra frente, na sequência do Desagradável.
De música pronta que vai entrar nesse álbum prometido pra 2014, o que já tem?
De som novo que dá pra adiantar, tem “Vem Nariz”, que já tocamos em show; “Terno do Zé”, que fez parte do curta-metragem premiado de mesmo nome; “Trabalho para 20 comer”; “Jogo do Bicho”; “Carnossauros Pride”, sobre o orgulho de quem come carne; “Você Analisa”, no sentido anal do termo... Umas coisas legais.
Ouça o Gangrena Gasosa aqui.
Texto/Introdução por Adelvan Kenobi
Entrevista por Eduardo Ribeiro
VICE
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