segunda-feira, 10 de março de 2014

Woman is the nigger of the world ...

Oldscratch
"Ai, tô tão feliz!" Daniela Rodrigues, vocal e guitarra da Renegades of punk, parecia tão embriagada ao dizer isso que eu não resisti e lhe perguntei - em tom de brincadeira, claro, porque sei que ela não viaja nessa "onda" - se ela havia usado drogas. A resposta foi ótima: "Nada, eu me embriago na vida real. Pena que amanhã tudo acaba e a vida volta ao "normal". Completou dizendo que nunca mais havia visto um evento Underground/punk/alternativo assim em Aracaju, com boa participação de público e público participativo, animado, interessado. Concordo, muito embora ache o público aracajuano nem sempre ausente e "morno", mas inconstante e imprevisível - às vezes lota e a noite é ótima, às vezes não dá ninguém e a morgação toma conta, às vezes dá pouca gente mas é animado, sem nenhuma explicação aparente - ou convincente.


O cenário é preocupante, no entanto, eu concordo, e por isso mesmo foi realmente muito bom ver uma iniciativa tão nobre ser abraçada com o entusiasmo que foi visto na última noite de sábado, na Caverna do Jimi Lennon. Tudo na base do bom e velho "faça você mesmo". Era uma noite comemorativa ao Dia Internacional da Mulher e lá, já de cara, os que compareceram eram recepcionados por uma banquinha de produtos alternativos com uma boa variedade de materiais, de discos de vinil - dentre eles uma impressionante coletânea com bandas punk HC de São Paulo gravada e produzida nos estúdios de nosso camarada Thiago Babalu - a fanzines - dentre eles um inusitado relançamento de duas edições (uma de cada) do Buracaju, editado dos anos 80 à primeira metade dos 90 do século passado por Silvio da Karne Krua, e do Escarro Napalm, que circulou entre 1991 e 1995 em tiragens de 100 a 150 cópias xerocadas e era produzido por este que vos escreve.

renegades
As apresentações começaram com grande atraso com a Renegades, que mandou muito bem, como sempre. Continuou com algumas declamações de poesias e improvisos - um rap, por exemplo - e então tivemos a Oldscratch, surpreendente banda de Alagoas bastante influenciada pelo que de melhor o rock alternativo guitarreiro e barulhento com vocais femininos nos deu na década de 1990, tipo Babes in Toyland, Bikini Kil, L7 e 7 Year Bitch. Encerrando a noite, já perto das 3 da matina, o punk rock cruzão com pitadas de Hardcore e grindcore da Útero Kaos, de São Cristóvão, que levantou os punks "raw" e promoveu uma animada roda de pogo. Destaque para a perfomance visceral de Kelly, a vocalista. Aliás, a título de curiosidade e cultura inútil - porque no final das contas somos todos cidadãos do mundo, e só - ela é de Itabaiana. Eu e a Dani "renegades" também. Quando eu falo que um dia vamos dominar o mundo, ninguém acredita ...

BRINCADEIRINHA ...

A

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