segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mopho: Entrevista para o programa de rock

Mopho, de Maceió, Alagoas, é uma das melhores bandas de rock de todos os tempos. Ponto. Ano passado eles lançaram seu terceiro disco, volume 3. Abaixo, uma entrevista respondida pelo baterista, Hélio Pisca. Dois pontos:

programa de rock – Já faz um tempinho desde o lançamento do vol. 3 – como tem sido a repercussão do disco para vocês, ta dentro do esperado, superou ou frustrou as expectativas ? Ou não tinham expectativas ?

Pisca: Nós não havíamos criado expectativa com relação à repercussão, na verdade, quando lançamos o primeiro disco também não tínhamos essa expectativa. O que acontece é que ficamos tão concentrados na produção de um disco que nos satisfaça que acabamos esquecendo até da divulgação. O Bocão é o que fica mais ligado nessa parte.

pdrock  – E em termos técnicos e artísticos, de composição, arranjos e produção, vocês ficaram satisfeitos com o novo disco? Como vocês vêem este disco em relação aos outros 2 – e às demos ?

Pisca: Este disco teve uma pré-produção mais rápida que a dos dois anteriores. Tudo foi feito em 4 dias. Nós apresentamos as músicas uns para os outros no primeiro dia. Nesse mesmo dia começamos a ensaiar, e foi assim até o querto dia. No quinto fomos até um estúdio e já “matamos” todas as baterias e baixos. Lembro que tudo começou numa segunda e finalizamos a primeira etapa numa sexta. Ou seja, a base de tudo estava pronta, não dava pra mudar muita coisa. Os outros instrumentos e vozes foram gravados em horários vagos nos estúdios de amigos. É um disco que nos agrada bastante.

pdrock – Por onde tocaram desde o lançamento do disco? Quais os melhores shows, e por onde planejam tocar ainda divulgando o lançamento ?

Pisca: Nós fizemos o show de lançamento em Maceió, no Teatro Deodoro. Fizemos também um show em Curitiba, que foi muito bom. Alguns pocket shows. Estamos com planos de fazer vários shows pelo sudeste. Várias pessoas que curtem o nosso som tem mandado mensagens através de redes sociais, e através de vídeos do youtube, perguntando quando faremos shows em São Paulo, Rio, Vitória/ES (que é uma cidade que nunca tocamos), Salvador ... vamos fazer o maior número de shows possível, porque funcionamos melhor no palco. Vamos nos organizar pra tentar levar este novo show para outras capitais.

pdrock – Quantas vezes, exatamente, o Mopho já tocou em Sergipe? E quais foram as impressões deixadas em vocês por estes shows ?

Pisca: O Mopho já fez show em Aracaju, mas eu não estava nesta formação.

pdrock – Mopho formou-se em Maceió, mas as sementes da banda estão em Arapiraca (um conhecido meu, Ranildo, que morava lá, sempre me falava de vocês e de como eram talentosos já naquela época). Conte um pouco dessas origens: como vocês conheceram o rock and roll, e como era a relação de vocês com a cidade em que moravam? Havia uma “cena” rock por lá?

Pisca: Eu conheci o João quando ele já estava morando em Maceió. Eu tocava numa banda de blues chamada Água Mineral. Vi ele tocando em outra banda de blues, e achei ele um grande guitarrista e vocalista. Então chamei ele pra tocar conosco. Ele nos mostrou algumas canções dele e nós começamos a trabalhar nelas. A banda era um quinteto e se transformou num trio: Eu, João e o baixista Alessandro Arú (hoje baixista do Messias Elétrico). O João tocava numa banda cover dos Beatles – onde o Bocão era o baixista –  antes de sair de Arapiraca para morar em Maceió.

pdrock – E como foram os primeiros anos da banda em Maceió, como eram os shows, a “cena”, principalmente se comparada a hoje – melhorou ?

Pisca: O cenário musical em Maceió naquela época estava fervendo. Tinha um monte de bandas querendo fazer as próprias música. Mas havia uma grande influência do Manguebit, que nós adorávamos também, mas não tinha nada haver com o nosso som. Lembro que uma vez alguém comentou que nós “mofaríamos” se continuassem tocando Led Zeppelin, Deep Purple, Mutantes e todas essas coisas velhas que gostamos. Esse foi um dos motivos pra colocarmos o nome Mopho, o outro foi que o João tinha ouvido um disco do U2 que tinha uma música chamada “Mofo”.

pdrock – Calanca, proprietário da legendária Baratos Afins, foi uma espécie de “padrinho” de vocês no primeiro e segundo disco (me corrijam se eu estiver errado quanto a isto). Sabem dizer se ele ouviu este novo disco? Emitiu algum tipo de opinião a respeito?

Pisca: O Calanca continua sendo um grande amigo nosso. Como eu moro em São Paulo, de vez em quando eu faço uma visita a ele. Mas depois do lançamento do disco eu ainda não conversei com ele não.

pdrock – Qual a relação da banda com as novas tecnologias – acreditam ainda no conceito de álbum lançado em mídia física ou acham que o futuro é mesmo digital e “virtual”? O que o Mopho planeja para o futuro neste sentido – haverá um Vol. 4 ?

Pisca: Nós acreditamos, principalmente, no poder da canção. Acreditamos que uma boa canção soa linda quando tocada com apenas um violão ou piano, ou o que for, mas tocada da maneira mais simples. Pode parecer um ponto de vista velho e ultrapassado, mas é por onde começamos a compor. Depois colocamos tudo aquilo que achamos legal. O formato na qual onde esta canção vai ser divulgada, comercializada, distribuída, não importa muito pra nós. Mas adoramos um bom disco de vinil.

pdrock – Vocês, como músicos/artistas, dedicam-se, hoje, exclusivamente ao Mopho ou há projetos paralelos ? Se sim, fale-nos do que se trata.

Pisca: Eu moro em São Paulo e trabalho num estúdio. Atualmente tenho vários projetos como músico, um dele com minha esposa que é flautista e pianista. Tocamos muita música brasileira e cubana (pois ela é de Cuba). Mas minha prioridade é o Mopho.

pdrock – Espaço aberto para as considerações finais e para falar algo que considerem importante e sobre o qual não foram questionados.

Pisca: Queremos fazer um grande show em Aracaju! Estamos devendo isto pra uma turma muito boa que conhecemos lá e para todos que curtem a banda.

Adelvan perguntou
Pisca respondeu

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