segunda-feira, 1 de novembro de 2010

" A Serpente " em Aracaju


Em 07 de setembro de 2005 estreava A serpente, na Casa de Cultura Laura Alvim e, junto com ela, o Grupo 3 de Teatro (Débora Falabella, Gabriel Paiva e Yara de Novaes). Os três mineiros radicados em São Paulo deram continuidade ao trabalho que realizavam em Belo Horizonte desde 1999. Com linguagem ágil, trilha sonora impactante e cenário ousado, o grupo ganhou repercussão internacional com essa montagem. Apesar de ser composto apenas por três pessoas, possui uma equipe fixa de criadores que vem desenvolvendo um trabalho sistemático e contínuo cujo resultado é uma estética própria, inovadora e reconhecida.

A Serpente iniciou temporada popular pelo Nordeste na cidade de Salvador. O espetáculo também se apresenta em Fortaleza, Recife, Maceió e Aracaju, com patrocínio da Petrobrás Distribuidora. Os ingressos custarão R$ 20,00 e R$ 10,00.

A Serpente foi vencedora do Prêmio Shell 2005 de melhor cenografia. André Cortez, responsável ainda pelos figurinos, representou o Brasil na Quadrienal de Praga de 2007. O espetáculo tem iluminação de Telma Fernandes, trilha sonora de Morris Piccioto e produção de Gabriel Fontes Paiva.

Em 2007 o Grupo produziu O Continente Negro, considerado um dos melhores espetáculos do ano: texto do chileno Marco Antonio de la Parra, dirigido por Aderbal-Freire Filho, com Débora, Yara e Ângelo Antônio.

A SERPENTE - Muito ligadas, as irmãs Ligia e Guida se casam no mesmo dia e, com seus maridos, dividem um apartamento em Copacabana. Este é o ponto de partida de A Serpente, a última peça - e a mais curta, com apenas um ato de duração -, escrita pelo dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980). O espetáculo, com direção de Yara de Novaes, traz no elenco Débora Falabella, Débora Gomez, Augusto Madeira, Alexandre Cioletti e Cyda Morenyx. “É uma peça obscena não pelo tema, mas por desnudar o discurso e revelar os arquétipos da família brasileira.”, destaca Gabriel Paiva integrante do Grupo 3.

Na história, as irmãs Ligia (Mônica Ribeiro) e Guida (Débora Falabella) se casam no mesmo dia. As duas moram juntas, dividindo um apartamento com seus respectivos maridos, Décio (Augusto Madeira ou Mário Hermetto) e Paulo (Alexandre Cioletti). Um ano depois, Guida vive uma intensa lua-de-mel e Lígia é praticamente virgem. Infeliz, Lígia expulsa o marido de casa e comunica à irmã que pensa em morrer. Guida faz a seguinte proposta: Lígia deve passar uma noite com seu marido, Paulo, para desistir de se matar. A partir daí...

“As personagens de Nelson são muito fortes e, ao mesmo tempo, doentes com suas neuroses. Guida é muito feliz até o momento que cede o marido à irmã. A partir desse instante, sentimentos como ciúme, raiva e loucura vêm à tona e ela sofre uma grande transformação”, revela Débora Falabella que, pela primeira vez, encena um texto do dramaturgo.

“O homem que as irmãs disputam é, na verdade, como uma ponte entre elas”, afirma a diretora, dirigindo pela segunda vez um texto do dramaturgo. “Minha primeira experiência com Nelson foi “Senhora dos Afogados”, em 1997, e cada vez mais o admiro. É um teatro feito de bandeja para o ator brasileiro”, completa.

O cenógrafo e figurinista André Cortez criou um cenário de estrutura metálica e fios de nylon para ilustrar o apartamento onde moram as duas irmãs. “O ferro é estrutural para dar idéia de suspensão, pois os casais moram no 12º. andar”, esclarece André. O cenógrafo ressalta também que a idéia de inversão e extrapolação está presente em todo o cenário. “É um jogo de metáfora, o abstrato e o realismo. As portas fecham e aprisionam e, ao mesmo tempo, abrem os corredores.

O músico Morris Piccioto apresenta um trabalho diferente e inovador para esta obra rodrigueana. “Fiz uma trilha sonora que explora o ambiente psicológico de cada personagem com loops gravados a partir da falas dos personagens e improvisos dos atores”, conta Morris. “Adicionei ainda elementos do funk, rock, guitarras e baixos. O tempo todo, o espectador ouve as músicas e percebe sons de sussurros, murmúrios e improvisos, compondo o clima psicológico do espetáculo”. O líder e vocalista da banda Forgotten Boys, Chuck Hipólitho, participa como colaborador na criação da trilha sonora.

A diretora mineira Yara de Novaes possui sólida formação e uma carreira premiada como atriz e diretora. Yara começou sua carreira de diretora após uma reconhecida e premiada história como atriz. Como diretora ganhou os prêmios Fundacen (1989)-diretora revelação; Sesc-Sated (1999)-Melhor Diretora e Troféu USIMINAS/SINPARC (2003)- Melhor Diretora. Dirigiu Um Céu de Estrelas (2006), de Fernando Bonassi, Noites Brancas (2003-2004), de Dostoievski; A História do Zoológico (2001), de Edward Albee; Ricardo III (1999-2000), de William Shakespeare; A Aurora de Minha Vida (1997), de Naum Alves de Souza; Senhora dos Afogados (1997), de Nelson Rodrigues; Manuel, o audaz (1990), musical com roteiro de Fernando Brant; Casablanca Meu Amor (1989), de Fernando Arrabal.

Fonte: Aracaju Fest

A SERPENTE – SERVIÇO

Local: Teatro Tobias Barreto

Data 04/11 (Quinta)

Gênero:Drama

Duração: 60 minutos.

Classificação etária: 16 anos

Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia)

Informações: 3179-1490

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