sexta-feira, 10 de setembro de 2010

para senador ...



Com relação aos candidatos com chance de vencer a corrida para o senado em Sergipe, façam-me o favor ... É só lixo ! Não vou nem falar de indivíduos como Albano Franco e José Carlos Machado, pois estes já estão automaticamente fora de cogitação pelo simples fato de serem expoentes do que há de mais atrasado no estado, as velhas oligarquias da cana e do cimento. Mas mesmo os candidatos da coligação do governo, supostamente uma coalizão de centro esquerda e "progressita", não me agradam. Eduardo Amorim eu mal sei quem é mas pelo pouco que sei, nem tenho vontade de saber mais. Já em Valadares eu fiz uma promessa para mim mesmo de jamais votar quando de sua desastrosa passagem pelo governo do estado. Na época ele era do PFL e aliado de João. Fiz essa promessa depois do vergonhoso episódio da tentativa de proibição de manifestações na Praça Fausto Cardoso (na época o Palácio Olimpio Campos ainda era a sede do governo), que não foi adiante por um motivo simples: era uma idéia totalmente anti-constitucional, uma flagrante violação do direiro de expressão. Naquele tempo o povo (ou a parte dele que era organizada nos movimentos sociais) tinha essa mania irritante e fora de moda de fazer protestos de rua. Valadares não hesitou e mandou a Tropa de Choque bater em professores, na minha modesta opinião um pecado mortal imperdoável. Inclusive nosso atual governador Déda, então deputado estadual, tomou umas lapuadas na ocasião - será que ele lembra disso e já comentou o fato entre uma dose de uisque e um tapinha nas costas com nosso ilustre senador? Ninguém fala mais neste episódio, mas eu não esqueci. Depois ele supostamente virou "socialista", mas o que é na verdade é um cacique local do PSB, um dos muitos "chefes políticos" (eufemismo para o antigo e desgastado termo "coronel") interioranos, de Simão Dias. Nunca foi 100% fiel a esta suposta opção de esquerda - lembremos que foi candidato a prefeito de Aracaju apoiado por João Alves disputando e sendo derrotado, se não me engano, pelo próprio Déda. Ouvi um discurso ultradireitista de sua boca na ocasião num almoço de apoio no Clube de Dirigentes Lojistas, no qual se dedicou a pintar o PT como a imagem do demônio na terra. Ok, Marcelo Déda deve ter (e certamente tem) seus motivos para estar do lado desta gente - a tal da "governabilidade" - mas eu sou apenas um cidadão comum com um pequeno porém importante direito de escolha, então faço questão de colocá-lo em prática.

Pois bem, não que isso vá fazer grande diferença, mas procurei algumas alternativas para não anular meu voto e encontrei estes dois senhores abaixo: Atamário, pelo PSOL, que eu não conhecia, e o professor Marques, um antigo colega de universidade que já era comunista no longiquo ano de 1989 e, depois de um breve período no PPS (ninguém é perfeito) voltou ao bom (há controvérias) e velho (com certeza) "partidão" (definitivamente, não). Sou daqueles que ainda acham que a coerência e a convicção de princípios (sem sectarismo, por favor) é importante, e penso nisso na hora de votar (ou não).

Abaixo, duas entrevistas com meus candidatos a senador.

Espero que sejam úteis.

A.

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Candidato ao Senado da República pelo PSOL de Sergipe, Atamário diz não querer ser uma especie de herói

Entrevista com o candidato ao Senado da República pelo PSOL de Sergipe, o servidor público federal Atamário Cordeiro. De acordo com ele, a melhor maneira de contribuir com o Estado de Sergipe, caso se eleja, é incentivando trabalhadores e a juventude. Confira:

Portal Infonet - O que o levou a candidatar-se a uma vaga para o Senado da República?
Atamário Cordeiro - No PSOL uma candidatura não é a expressão de vontade pessoal e sim uma tarefa de representar o partido em mais um momento da vida social do país, neste caso as eleições. Como o PSOL decidiu sair sem coligação nesta eleição, para consolidar o partido junto aos trabalhadores sergipanos, procuramos ocupar todos os espaços possíveis de debate de idéias e a disputa ao senado é um espaço privilegiado. Fui escolhido para representar o partido e aqui estou com muito orgulho.

Infonet - Quais os seus principais projetos caso seja eleito?
AC - Nosso partido nacionalmente trabalha com 5 eixos fundamentais para mudar a realidade do Brasil, são eles: Reforma Agrária, Reforma Urbana, Redução da Jornada de Trabalho, Educação e Saúde. Por isso todos os meus projetos e minha atuação serão fundamentalmente baseados nestes eixos, porém sempre olhando para questões mais específicas em todos os estados brasileiros. No entanto não quero ser uma espécie de herói que resolve os problemas das pessoas, e sim um lutador que resolve os problemas com as pessoas, por isso, usarei estes eixos como norteador mas os projetos serão construídos juntamente com os trabalhadores e movimentos sociais de forma democrática e participativa.

Infonet - De que maneira pretende contribuir para o Estado de Sergipe?
AC - A melhor maneira de contruibuir com Sergipe é incentivando que os trabalhadores e a juventude sejam os atores e atrizes principais de sua vida, pois são eles que sabem quais os reais problemas por que passam e qual a melhor forma de resolvê-los. Por isso minha atuação política será baseada no incentivo a auto-organização do povo Sergipano, que terá no PSOL um parceiro para debater e constribuir com as soluções de seus problemas e uma voz para ecoar estes anseios.

Infonet - Como pretende conscientizar o eleitor de que é o diferencial?
AC - Mostrando para eles que não precisamos de um padrinho ou coronel que pense por nós, que a transformação que eles querem e Sergipe precisa só será possível se construída coletivamente e eu estou à disposição de todos os trabalhadores e categorias profissionais para debater e construir reais soluções para melhorar suas vidas.

Infonet - O que levará em conta na hora de votar no Orçamento da União?
AC - O PSOL desde sua fundação luta para que seja feita uma auditoria da dívida pública que hoje tira dos brasileiros 35,57% do orçamento. Qualquer debate de orçamento que não passe por este tema é demagogo e por isso o PSOL estará sempre na linha de frente desta luta. Paralelo a isso buscarei dialogar com trabalhadores e movimentos sociais sobre quais as suas prioridades sobretudo nas áreas de saúde e educação e a partir de suas demandas votaremos o orçamento. Em um eventual mandato de senador nossa marca será a participação e o diálogo com os trabalhadores e na questão do orçamento não pode ser diferente.

Infonet - Como irá fiscalizar o presidente da República?
AC - O principal foco de nossa fiscalização será no uso da máquinas estatal para beneficiar partidos, políticos, empreiteiras, bancos e etc sobretudo quando esse beneficiamento prejudicar diretamente a vida dos trabalhadores. Pois ou o presidente está do lado dos trabalhadores ou do lado de empreiteiras, do agronegócio, dos banqueiros, enfim da elite econômica que nos explora a mais de 500 anos. O PSOL escolheu estar junto aos trabalhadores, por isso qualquer ação que os prejudique será imediatamente combatida. Dentro dessa perspectiva sabemos que se o presidente eleito for o Plínio não teremos dificuldades na fiscalização e sim muito trabalho para construir as mudanças tão prometidas e jamais cumpridas.

Por Aldaci de Souza

Fonte: Infonet

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O Professor Marques defende uma revolução na educação e na cultura para construir um sistema educacional que rompa com a reprodução da ideologia dominante.

Entrevista com o candidato ao Senado por Sergipe, professor Marques, do PCB. Ele defende, caso seja eleito, a criação de empresas produtivas estatais com a participação direta dos trabalhadores. Acompanhe:

Portal Infonet - O que o levou a candidatar-se a uma vaga para o Senado da República?

Professor Marques - Essa é uma decisão política do PCB após a realização do Congresso Nacional do Partido. Em todos os estados, o PCB definiu por lançar candidatos a governador e senadores comprometidos com as e caminhos de luta para a superação dos graves problemas que afligem a grande maioria da população. Muito mais que pedir votos, contribuiremos para os trabalhadores brasileiros fazerem uma reflexão sobre seu futuro e o futuro do país. Nossa candidatura não é pessoal. Faz parte de um projeto mais amplo de construção de um programa anticapitalista e antiimperialista para o Brasil.

Infonet - Quais os seus principais projetos caso seja eleito?

PM - Os projetos para o senado refletem a visão do PCB sobre a atuação parlamentar. Na nossa visão política, defendemos que o desenvolvimento científico e tecnológico, a Educação, a Saúde, a Habitação, a Cultura, os transportes públicos e as demais áreas vitais para o desenvolvimento social devem ter caráter predominantemente estatal, de acesso universal e alta qualidade, com o aumento radical de sua participação nos orçamentos e com a instauração de mecanismos de controle direto pelos trabalhadores. Com relação à organização da classe trabalhadora, defendemos a instituição de novas formas de repre sentação direta dos trabalhadores – o Poder Popular –, que viabilizarão a mais ampla liberdade de opinião, com a participação de movimentos organizados e partidos políticos, a estatização dos principais meios de produção em substituição à grande propriedade privada, industrial, comercial e agrária, assim como de todo o setor financeiro, com o controle progressivo de todas as grandes empresas pelo Estado e pelo Poder Popular. Com a nossa presença no Senado federal proporemos de imediato ao governo a Criação de grandes empresas produtivas estatais, com a participação direta dos trabalhadores na sua gestão; defenderemos com vigor o Monopólio estatal do petróleo, com a Reestatização plena da Petrobrás, a extinção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a anulação de todos os contratos de risco e leilões realizados em território brasileiro; a Gerência dos recursos do pré-sal pela Petrobrás, garantida sua distribuição aos Estados na proporção inversa do IDH; a Reestatização da Vale do Rio Doce, da Embraer e de todas as empresas estatais estratégicas que foram privatizadas; bem como Reestatização do sistema de geração e distribuição de energia elétrica; e o fim das agências reguladoras, passando suas atribuições para os respectivos Ministérios.

Infonet - De que maneira pretende contribuir para o Estado de Sergipe?

PM- As proposições do PCB ao senado atenderão a Sergipe, bem como os estados menos privilegiados da federação em termos de recursos, infraestrutura e serviços. Para contribuir com o desenvolvimentos dos estados brasileiros os comunistas defendem a radicalização da reforma urbana para além do atual Estatuto da Cidade para recuperar a justiça social nas nossas cidades. A moradia digna, a educação, a saúde, o saneamento básico, o transporte, a cultura, o lazer, ou seja, os serviços sociais públicos, com qualidade, são direitos do cidadão e como tal devem ser universalizados através do Estado. O controle democrático radical das políticas públicas se dará por meio da construção do Poder Popular, para promover a verdadeira revolução na administração pública, retirando o caráter de mercado dos serviços sociais e garantindo a sua universalização como direitos. Defendemos para o estado, uma revolução na educação e na cultura para construir um sistema educacional que rompa com a reprodução da ideologia dominante e a desigualdade de acesso ao conhecimento, à cultura e à arte universais, promovendo a escola pública integral e humanista, capaz de romper com a mercantilização da formação e da educação hoje vigente. Os enormes ganhos que a escola privada hoje obtém devem ser taxados para financiar a expansão da rede pública, contribuindo para o combate à lógica da reprodução capitalista que reserva à escola pública a formação para o trabalho assalariado, a promoção do desenvolvimento voltado para a inclusão e a igualdade social, com a garantia do emprego, da moradia, da geração de renda e a dignificação das condições de trabalho e remuneração do quadro de servidores públicos; a reforma urbana e a expansão da presença do Estado para a universalização do acesso e retirada do caráter de mercado dos serviços urbanos (saneamento, água, luz, gás, etc) e dos serviços sociais básicos (saúde, educação, cultura, lazer, segurança, habitação); e o planejamento econômico e social participativo visando o crescimento ordenado das cidades e do campo, a promoção do uso social da propriedade e o desenvolvimento com qualidade de vida, priorizando ações voltadas às camadas populares.

Infonet - Como pretende conscientizar o eleitor de que é o diferencial?

PM - Para os comunistas brasileiros, a miséria e as precárias condições de vida que afligem a maioria da população brasileira têm uma causa central: o sistema capitalista, mantido pela dominação da classe proprietária dos meios de produção sobre o conjunto da classe trabalhadora. No Brasil, construiu-se um capitalismo desenvolvido, com relações sociais burguesas plenamente consolidadas. Nesse quadro, somente uma grande frente anticapitalista e anti-imperialista - envolvendo organizações políticas, movimentos populares e setores progressistas da sociedade - será capaz de organizar e mobilizar os trabalhadores, não apenas para as eleições, como é praxe nos partidos burgueses e reformistas, mas principalmente para lutar pelas transformações sociais, econômicas e políticas necessárias para a superação do capitalismo. A disputa entre as maiores coligações partidárias nestas eleições é apenas superficial, pois não coloca em jogo a natureza do Estado brasileiro, vinculado aos interesses do grande capital financeiro e industrial. O PCB rejeita a falsa polarização imposta pelos meios de comunicação, que querem transformar essas eleições em mera escolha de quem será o melhor gerente para o capitalismo brasileiro e tentar afastar a população de uma alternativa popular para o Brasil. O PCB está lançando uma campanha política, não apenas uma campanha eleitoral. Será uma CAMPANHA MOVIMENTO, uma CAMPANHA MANIFESTO, em que não apresentaremos propostas para humanizar e moralizar o capitalismo, que é intrinsecamente desumano e corrupto. Denunciaremos a farsa da democracia burguesa. Deixaremos claro que nossas propostas somente poderão se tornar realidade com o apoio, a mobilização e a organização dos trabalhadores, reunidos em uma ampla Frente Anticapitalista e Anti-imperialista. O PCB vai qualificar o debate, colocar o dedo na ferida. Apresentamos aqui os eixos políticos do nosso PROGRAMA ANTICAPITALISTA E ANTI-IMPERIALISTA PARA O BRASIL, para serem aprofundados durante e depois da campanha eleitoral.

Infonet - O que levará em conta na hora de votar no Orçamento da União?

PM - Para o PCB, a crise econômica internacional revela a face real e crua do capitalismo. Ela desvendou o caráter de classe do sistema: enquanto os governos da burguesia injetaram trilhões de dólares para salvar os banqueiros e a elite parasitária, os trabalhadores estão perdendo seus empregos, direitos e salários. Mais e mais homens, mulheres e crianças passam a viver na miséria absoluta. Entendemos que o orçamento público da união deve ser aplicado para superar o estado de miséria dos mais pobres, estabelecendo um Programa Nacional de Abastecimento para garantir os direitos de moradia, alimentação, saúde, água tratada, energia, comunicação, transporte e Lazer da população. Os recursos sociais devem ser investidos para garantir o direito universal à educação básica, em todas as localidades do pais, inclusive reservas indígenas, quilombolas e extrativistas. A recuperação salarial da classe trabalhadora deve ser prioridade na votação do orçamento, valorizando as categorias dos trabalhadores urbanos e rurais sem distinção de salário. Defendemos que este recursos seja utilizado para fortalecer programas de erradicação do trabalho infantil, de construção de programas que garantam a segurança alimentar e nutricional da população mais carente, a garantia da seguridade social, a política nacional de reforma agrária, assentamento, agricultura familiar e saneamento básico das cidades brasileiras.

Infonet - Como irá fiscalizar o presidente da República?

PM - O PCB entende que o governante da nação deve preocupar-se com o quadro geral da distribuição de renda no país que se alterou muito pouco, sendo alarmante o número de residências precárias e sem saneamento básico (mais de 50%) e situadas em áreas desprovidas de infraestrutura urbana, o elevado patamar de desemprego, a alta incidência de verminoses e doenças decorrentes da subnutrição e outras que já haviam sido erradicadas, a total falta de proteção previdenciária aos trabalhadores, a insuficiência e fragilidade dos sistemas públicos de saúde de educ ação, de transportes e outras áreas de interesse social. Estas questões são prioritárias para qualquer governante e nos estaremos fiscalizando de perto as ações do governo eleito nestas áreas.

Por Aldaci de Souza

Fonte: Infonet

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