Para a maioria das pessoas, ficar em casa num sábado à noite lendo ou vendo filme em DVD é o ó do borogodó, a maior expressão de nerdice, coisa de otário, mesmo. Se você ainda por cima fizer isso sozinho, é o último dos seres humanos, um ser solitário e infeliz que muito provavelmente não come ninguém nem tem amigos, pois só isso explicaria uma opção tão “bizarra”. Porque o sábado é para a curtição, ir pra boate ou pro barzinho e encontrar a galera no posto de conveniência no final da noite pra ficar enchendo a cara até o dia amanhecer.
Pois bem, o último sábado eu passei sozinho, em casa, lendo uma revista em quadrinhos, e foi ótimo. Me lembra os bons tempos da pré-adolescencia, quando os heróis Marvel eram praticamente minha única companhia, e eu achava que eram excelentes companheiros. Claro que tudo é uma questão de equilíbrios (sábios os orientais e sua noção de ying e yiang) e esta nem sempre é minha primeira opção: tem noites de sábado que estou mais a fim de sair mesmo, ir a shows, rever os amigos e/ou ir a algum restaurante com a namorada. Mas vira e mexe estou lá, mergulhado num calhamaço pintado (às vezes um livro, ou uma revista de “variedades”, mas preferencialmente quadrinhos) enquanto o mundo gira, litros de álcool são sorvidos e Marcos Mion comete mais uma horripilante edição de seu terrível programa “legendários”.
A bola da vez foi KICK ASS, de Mark Millar, em luxuosa edição nacional (não, não leio em inglês) recém-lançada pela Panini. 200 e algumas páginas com as 8 primeiras edições de uma das melhores Histórias em quadrinhos feitas nas últimas ... digamos ... duas décadas. Nunca fui exatamente um fã de Millar, não tanto quanto o sou de Alan Moore, Frank Miller ou Garth Ennis, por exemplo. Sua badalada séria “Wanted”, que foi inclusive adaptada por Hollywood num filme meia-boca estrelado por Angelina Jolie, por exemplo, não achei grande coisa. Dessa vez, no entanto, ele se superou. Kick Ass é absolutamente sensacional, mesmo partindo de uma premissa já um tanto quanto batida, a velha “o que aconteceria se existissem super-heróis no mundo real”. A questão é que, a despeito de alguns exageros a la “kill Bill” nas cenas de violência, não é exatamente de super-heróis que estamos falando aqui, mas de fanáticos por gibis que simplesmente cismam de se tornar paladinos da justiça fantasiados. E tome surras homéricas de gangues de vagabundos de rua. Mas como vivemos na época das celebridades instantâneas, é via youtube que o personagem principal encontra o caminho da fama, o que o faz cruzar o caminho de mafiosos REALMENTE perigosos e de uma dupla muito mais maluca do que ele mesmo. Ele, aliás, é apenas mais um ser vivo respirando na face da terra, apaixonado por uma garota que não dá bola pra ele e que gasta seu tempo baixando séries e freqüentando fóruns na internet – além de se masturbar vendo pornografia e ler muito quadrinho, evidentemente. As novas ferramentas de comunicação, por sinal, entram na trama de forma absolutamente natural, assim como soam triviais os palavrões cabeludos e brincadeiras sem noção nas quais esbarramos no decorrer da trama. A não ser quando a protagonista é uma menina de 10 anos, evidentemente ...
Millar parece ter aprendido alguma coisa aqui e ali com o mestre Garth Ennis, e conseguiu fazer uma oba que ele, imagino, assinaria embaixo. A HQ virou filme, que eu ainda não vi, apesar do mesmo já estar disponível na banca de camelôs mais próxima. Vou esperar pra ver se entra em cartaz por aqui pra ver primeiro no cinema, mas meu camarada Adolfo Sá do “Viva La Brasa” já assistiu via “piratex inc.” e fez uma bela matéria em seu blog, que reproduzo abaixo.
Ah, ia esquecendo de comentar a arte. John romita jr. Mestre.
* Subtítulo do disco "We give a shit", do Defalla.
por Adelvan Kenobi
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A SEDUÇÃO DO INOCENTE - por Adolfo Sá
Super-Hero é um ex-boxeador que circula nas ruas da Flórida a bordo de seu Corvette Stingray 1975. Green Scorpion é temido pela criminalidade do Arizona. Fox Fire é um paranormal de Michigan. The Eye é um detetive que atua na Califórnia ao lado da esposa Lady Mistery. Terrifica, uma loira mascarada, zela pelas mulheres indefesas de Nova York. Entomo combate o crime na Itália, e Superbárrio Gómez no México.
El Surfo não é o único maluco tirando onda de herói. “As pessoas estão cheias de indiferença e apatia, mas há homens e mulheres que querem fazer diferença. Somos um movimento, mais do que um bando de caras usando roupas de elástico”, diz Super-Hero, líder do Justice Team. Só nos EUA, 300 justiceiros estão no Superhero Registry, um cadastro gerenciado pelo Cameraman, o herói que filma as ações dos colegas – como alimentar mendigos, trocar pneus furados e distribuir camisinhas em bares.
Kick-Ass, o mais bem-sucedido dos novos heróis realistas, foi visto pela 1ª vez num vídeo amador do YouTube em 2008, no qual aparecia chutando os traseiros de um bando de marginais [mais parecendo uma briga de rua do que uma ação super-humana]:
“Queria saber por que ninguém fez isso antes de mim. Todas as revistas em quadrinhos, filmes e seriados... Por que até hoje ninguém fez uma fantasia e vestiu? Quer dizer, a vida diária é tão excitante, as escolas e escritórios são tão legais, que sou o único que já pensou sobre isso?”
CHUTE NO RABO - Assim começa KICK-ASS, a HQ do roteirista Mark Millar e do desenhista John Romita Jr. que arrombou a porta do realismo nos quadrinhos de heróis. Lançado pelo Icon, um selo alternativo da Marvel Comics [a mesma que começou a humanizar esse tipo de personagem nos anos 60 c/ o Homem-Aranha e os X-Men], como um falso vídeo viral, o gibi conta a história de Dave Lizewski, um adolescente absolutamente normal que decide lutar contra o crime.
Ele não tem um grande motivo – os pais não foram assassinados na sua frente por um ladrão, por exemplo – e muito menos dotes sobrehumanos – ele não é alienígena, mutante, nem foi mordido por uma aranha radiativa. Segundo suas próprias palavras, “meu único poder é ser invisível para as garotas.”
Mas ele tem um grande poder, ainda que não se dê conta: a incrível falta de noção. Dave encomenda uma roupa de neoprene na internet, compra uns bastões, ensaia umas poses na frente do espelho e sai p/ porrar os malfeitores. “Como todo serial killer sabe, chega uma hora que fantasiar não basta”, diz em off.
Logo em sua estréia, Kick-Ass é esfaqueado e atropelado. Encontrado nu todo fodido no asfalto, seu alter-ego ganha fama de gay, embora seja apaixonado pela gatinha do colégio. Recuperado após alguns meses – e imune à dor graças às placas de metal em seus ossos [“igual ao Wolverine”], Dave volta à ativa. Da 2ª vez dá mais sorte e, aos trancos, impede um espancamento. Registrado por câmeras de celulares, o vídeo da luta bomba na internet e viabiliza sua carreira de herói.
HERÓI VIRAL - Os heróis citados no início da matéria existem de verdade, e o vídeo amador do Kick-Ass rolou mesmo na web. Mas, nesse caso, tratou-se de uma jogada promocional de Millar, autor de The Authority e Os Supremos. “Alguns noticiários exibiram o vídeo, com certa desconfiança, e teve gente acreditando que realmente se tratava de um justiceiro urbano”, escreveu César Diego Calixto no site Cinema em Cena.
“Na década de 80, Alan Moore levou o tema até as últimas conseqüências, nas obras Miracleman e Watchmen, com super-heróis numa ambientação realista mudando os rumos da História em termos de economia e política”, lembra o jornalista Marcus Vinicius de Medeiros, fã de quadrinhos. Se Watchmen levou mais de 20 anos p/ ser adaptado ao cinema, os direitos de KICK-ASS foram vendidos p/ Hollywood antes mesmo do gibi chegar às bancas, em fevereiro de 2008.
Lançado no início deste ano e comparado a Pulp Fiction pela impactante mistura de ação, humor, violência e cultura pop, KICK-ASS, o filme [que no Brasil ganhou o título QUEBRANDO TUDO], tornou-se um projeto pessoal do diretor inglês Matthew Vaughn, que estava escalado p/ dirigir a adaptação de Thor e assumiu os custos p/ ficar c/ o projeto, livrando a cara da Marvel Studios e levantando por conta própria os $30 milhões de dólares necessários p/ tocar a produção.
Tudo isso p/ manter o conteúdo subversivo da obra original. Kick-Ass, interpretado por Aaron Johnson, não é o único herói da série. Como a HQ permanece inédita no Brasil, somos apresentados a Big-Daddy & Hit-Girl numa cena em que pai e filha treinam tiro – ela é o alvo – e em seguida escolhem o presente do aniversário de 11 anos da menina enquanto tomam sorvete numa lanchonete:
- Adoraria uma faca Benchmade modelo 42-butterfly, diz Mindy.
- Eu vou te dar duas, responde o paizão.
QUEBRANDO TUDO - Em 1954, o psiquiatra americano Fredric Wertham lançou o livro Seduction of the Innocent, que alertava p/ o mal causado pelas histórias em quadrinhos na formação da mentalidade das crianças e adolescentes. “Comics are a major influence in many cases of teenage delinquency”, diagnosticava. No mesmo ano, o Senado dos EUA abriu uma investigação que obrigou as editoras a proteger os super-heróis sob uma capa de puritanismo.
C/ o passar dos anos, autores como Alan Moore e Frank Miller começaram a minar as forças da repressão. Na última década, uma nova safra de roteiristas ampliou ainda mais o espectro – caras como Garth Ennis, Luna Brothers e Mark Millar brincam c/ as possibilidades que a existência dos heróis traria ao mundo real. A PRO, de Ennis, é uma prostituta que ganha poderes aliens e é recrutada p/ um ridículo grupo de superseres ao estilo Super-Amigos; ULTRA é a principal heroína de um grupo de gostosas voadoras que faturam alto c/ publicidade; e em KICK-ASS quem rouba a cena é Hit-Girl.
Coincidência que 3 sucessos recentes da HQ tenham protagonistas femininas? Assistindo o filme de Vaughn conclui-se o óbvio: a mulher é o sexo forte. Hit-Girl [algo como ‘Menina Assassina’ em português] é a ninja mirim que deixa um rastro de sangue e destruição em sua trilha de vingança.
"Quebrando Tudo" tem Nicolas Cage em sua melhor interpretação desde Despedida em Las Vegas e o comediante Christopher Mintz-Plasse como o vilão Red Mist, mas é a menina Chloë Grace Moretz que detona geral. Manejando facas, espadas e armas de fogo, ela xinga, bate e mata adultos, mas também leva tiros e apanha feio – socos na cara e chutes no peito – numa performance que alia inocência infantil e sensualidade precoce, semelhante a Jodie Foster em Taxi Driver e Natalie Portman em O Assassino.
Depois de quebrar tudo em KICK-ASS, Chloë foi convidada p/ o novo filme de Martin Scorsese, The Invention of Hugo Cabret. Ela também será a vampira do remake de Deixe Ela Entrar, e fará o papel da garotinha que é abandonada em casa c/ uma Smith&Wesson calibre .45 na adaptação do livro Hick. Em 18 de junho, Érico Borgo do site Omelete conversou c/ essa loirinha de 13 anos que não brinca em serviço:
OMELETE - Foi muito difícil se preparar fisicamente para este filme?
CHLOË - Sim, tive muito treinamento. Um mês antes de começar as filmagens, els me colocaram num treinamento normal, com armas e tal.
O - Treinamento ‘normal’, com armas! [risos]
C - Sabe, como usar as armas de um jeito seguro. Como desmontar e montar de volta, limpar a arma, ter certeza que está sem balas, nunca puxar o gatilho... Basicamente, respeitar a sua arma. E depois me colocaram na ginástica, balé, treinamento físico normal. Quando começamos a filmar, me colocaram na escola de circo de Toronto. Foi divertido.
O - Então você sabe como limpar uma arma enquanto dança balé?
C - Exatamente! Eu adoro balé. Na verdade eu faço balé em Los Angeles, então foi fácil. Eu nunca tinha aprendido artes marciais, eu era uma garota do balé, mas as artes marciais e tudo mais definitivamente me deixaram mais forte, mais atlética para lutas, eu acho.
O - De todas as armas que você aprendeu a usar, qual a sua favorita?
C - O bastão e a faca foram minhas favoritas. A faca é aquela que eu fico girando, que foi muito divertido de aprender. E o bastão gigante com a faca nas pontas foi uma loucura de aprender.
O - Você se machucou em alguma cena?
C - Bom, você cai e torce um tornozelo, mas trabalha com isso, sabe. Meus pais são médicos, então... Quer dizer, eu jogava futebol e até no balé você torce o tornozelo ou se machuca, mas levanta e continua. Não é nada diferente de alguém que joga futebol ou basquete, ou qualquer coisa assim.
O - Então, só pra esclarecer: sempre que sua personagem está segurando uma arma ou brincando com uma faca, no set você estava usando um objeto cênico? Todas aquelas facas eram cênicas, ou computação gráfica?
C - Sim, existe uma faca real, é claro. E uma arma real. Mas elas eram modificadas, então é claro que elas não atiravam balas de verdade. Eu tinha uma arma na mão, e tinha que respeitá-la. No momento em que você não respeita algo assim, no momento em que você tira vantagem disso, no momento em que você pensa ‘ah é só uma arma que não atira balas de verdade’, é nesse momento que ela vai se voltar contra você. É nesse momento que você vai atirar sem querer, leva um tombo e a arma te acerta no olho, ou algo assim. É nesse momento que você faz besteira.
O - Então você está realmente qualificada para roubar um banco, por exemplo?
C - Não, eu teria muito medo de fazer uma coisa assim. Se eu tivesse uma faca na mão e tivesse uma naja vindo na minha direção, ou mesmo uma cobrinha de jardim, eu sairia correndo.
O - E você já era fã de algum super-herói, antes desse filme?
C - Sim. Eu adoro Superman e Batman. Eu gosto mais do Batman, porque ele é muito parecido com a Hit Girl. Sabe, ele não tinha superpoderes. Ele tinha ferramentas muito legais, que ajudavam. Ou como o Homem de Ferro, porque ele também não tem superpoderes.
O - Como foi trabalhar com Nicolas Cage?
C - Foi incrível! Só de conhecê-lo já fiquei muito nervosa, quanto mais trabalhar do lado dele. Então, não sei... Foi meio incrível vê-lo se transformar de Nicolas Cage em um personagem que era de tirar o fôlego. Quando você o assiste, no cinema, você se pergunta de onde ele tirou aquilo. E ele é muito viciado em quadrinhos, então trabalhar com ele simplesmente fez minha atuação melhorar, me fez sentir uma atriz melhor.
O - Fale um pouco sobre a cena da chacina no apartamento. Como foi filmá-la?
C - Eu fiquei uns dois ou três meses treinando artes marciais e durante as filmagens ainda treinei bastante. Eu não poderia fazer nada do que vocês viram sem o treinamento. Nós filmamos cada cena sessão por sessão: sessões comigo, sessões com meus oponentes e assim por diante. Geralmente tínhamos três unidades sendo filmadas ao mesmo tempo, a principal, a secundária e uma outra. É algo maluco, mas muito divertido. Uma grande experiência.
O - Eu comparo a Hit-Girl com a Noiva em Kill Bill...
C - Isso! Exatamante como em Kill Bill!
O - Você assistiu?
C - Eu assisti Kill Bill pra fazer Kick-Ass. [risos]
O - Quem são as atrizes que servem de modelo pra você?
C - Meus ídolos são Natalie Portman e Jodie Foster, porque elas foram jovens mulheres muito inteligentes, que conseguiram lidar com esse ramo e ainda assim fazer uma faculdade. E, sabe, ser inteligente e ajudar o mundo, fazer mais que entreter. É isso que eu quero fazer. Eu quero poder ir para a faculdade, porque estudar é minha principal prioridade, acima de tudo. E minha mãe diz que se eu não levar meus estudos a sério e ficar convencida, ela vai me tirar da indústria imediatamente.
O - Nesse filme você usa muitas palavras inapropriadas para a sua idade. O que os seus pais acharam disso?
C - Meus pais me apoiaram 100%. Minha mãe lê todos os roteiros antes mesmo de eu fazer o teste. Quando ela leu, ela sabia que era um papel muito desafiador, e que ajudaria minhas habilidades de atuação, um papel que era muito interessante.
O - Mas você ficou confortável com todos aqueles palavrões?
C - Bom, é uma parte do papel. Não é Chloë dizendo aquilo, e sim Mindy McCready. Sabe, não tem problema pra mim porque é um papel, é uma personagem. Se eu fizesse aquilo de verdade, meus pais me matariam! Eu ficaria de castigo até, sei lá, ter uns 90 anos.
O - Você acha que esse é o início da sua carreira? Quer dizer, você tem certeza de que quer ser uma atriz no futuro ou isso é meio que uma brincadeira pra você?
C - Bom, eu definitivamente quero ser uma atriz pro resto da minha vida. Com certeza. E eu espero que isso aconteça, mas se não for desse jeito, se não der certo, eu quero ser uma piloto.
...um infeliz que não tem amigos e não come ninguém, hahah!
ResponderExcluircara, ficar em casa sábado à noite é o canal, me amarro em ficar sozinho no sofá de madrugada chapado vendo filmes.
se quiser te empresto o dvd depois.
pirateando por necessidade, kicking ass for fun...
ressaltando que é o sendo comum heim. Eu também me amarro em ficar em casa, nesse "universo particular" (ui, citei Marisa Monte) que criei pra mim. Inclusive aos sábados, porque não ?
ResponderExcluirViva a diiversidade e a liberdadde de opção, né Adel! Concordo contigo pra variar! Parabéns por colocar sempre os que migraram com sucesso do fanzine para a internet. Falando nisso, fiz uma singela e humilde homenagem ao Joacy Jamys, pois se os vivos já são esquecidos...
ResponderExcluirNunca fiz as contas, mas certamente passo mais sábados em casa sozinho no meu quarto do que nalguma balada. Até porque o meu estilo de "balada" é outra.
ResponderExcluirO meu quarto é muito cultural, a maior parte das noites não fico vendo filmes, fico fazendo tratamento em fotos com o Photoshop (meu vício, minha paixão) ou escrevendo o que me dá na telha :-D Mas noutro dia passei a madrugada vendo, ou melhor, revendo, A Insustentável Leveza do Ser. Que filme fantástico! Todo o ambiente cria no no escuro do meu quarto, as sensações...ah! Uma balada regada a cerveja não me faz sentir o mesmo.