quinta-feira, 15 de julho de 2010
Pioneirismo é isso aí ...
Porn Marins: O alter ego do personagem Zé do Caixão nunca gostou muito de fazer coisas que pessoas normais fazem. Em 1963, José Mojica Marins resolveu introduzir o terror no cinema num país onde o gênero pouco tinha sido visitado — e, de certo modo, deu certo. Depois, no filme Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, criou um inferno tão atípico onde, acreditem, nevava; e até o coisa ruim estranhou quando viu flocos de gelo em seu lar. Neve no pretenso reino das chamas? Vai entender. Em meio à ditadura militar, meados de 1967, fez testes do além na TV, exibindo em rede nacional aspirantes a ator beijando caveiras, comendo baratas e outras fanfarras. Marins é de longe doido varrido.
Quando figurou no cinema pornô não foi diferente. Os primeiros dois filmes do gênero em que participou da direção, A Quinta Dimensão do Sexo (1983) e O Filho do Sexo Explícito (1984), tiveram lá suas peculiaridades, mas nada tão assombroso. Foi no terceiro longa que ele passou para o lado negro da força.
Bem vindo ao Zôo: O amigo Mario Lima novamente convida Mojica para dirigir uma nova empreitada: 24 Horas de Sexo Explícito. A história, se é que existe, perpassa por três atores pornôs que resolvem fazer uma maratona com 24 horas de sexo. Para não ficar na mesmice, Mojica convenceu o parceiro a utilizarem um cachorro nas filmagens. O argumento era que as atrizes do longa eram tão feias, que seria necessário chamar outro elemento para dar cara ao filme. E foi isso que aconteceu. O que Mojica vislumbrava não era novidade no Brasil, vez que Jean Garret já havia feito, em 1977, um filme onde um cavalo lambia os seios da atriz Helena Ramos. Mas isso foi fichinha se comparado à proposta de 24 Horas.
Recrutando bons atores: Jack era um pastor alemão famoso entre as cadelas locais por sua virilidade. Os dois diretores de 24 Horas não pestanejaram em trazê-lo para a equipe. O argumento inicial era que o cão desse apenas algumas lambidelas na atriz Vânia Bournier. Contudo, durante as filmagens, o Rocco do mundo animal se empolgou tanto que Mojica acabou convencendo a parceira do cão a simular uma cena de penetração. Jack não titubeou e mandou ver.
O sexo animal deu certo. Mario Lima ganhou uma fortuna, Jack ficou famoso, passando a figurar até nas páginas do jornal Notícias Populares e Mojica, como sempre, recebeu apenas seu salário de diretor e ficou duro — sem conotações sexuais aqui. O sucesso do filme deu margem a outros diretores da Boca, que começaram a transformar o entorno cinematográfico numa verdadeira arca de Noé. O diretor Juan Bajon, recordista das peripécias animais no cinema, filmou em dois anos onze longas animais: Sexo a Cavalo, Meu Marido — Meu Cavalo, Seduzida pelo Cavalo, A Garota do Cavalo, Loucas por Cavalos, Mulheres e Cavalos, Duas Mulheres e um Pônei, Júlia e os Pôneis, Viciadas em Cavalos, Tudo por um Cavalo e, finalmente, Um Homem, uma Mulher e um Cavalo.
O mais triste foi o fim de Jack. O cão apareceu morto por envenenamento poucas semanas depois. Há uma anedota de que o crime fora cometido pelo dono de Jack — que o matou após vê-lo uivando e atacando por trás sua própria esposa. Mojica perdeu seu melhor ator, mas continuou atuante no pornô, contratando outros animais.
Fonte: http://descidaaoinferno.blogspot.com
por Dênis Matos
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ResponderExcluirEu to rindo e soluçando sem parar...
kkkkkkkkkkkkkk
A lenda do velho Jack
Au au...
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